18.6.08

Psicotropicus

A organizadora da Marcha da Maconha no Brasil é militante antiga da causa da legalização das drogas, a qual o IdéiaTorta é totalmente favorável.
Essa imagemestá no site deles, que é muito rico em informações e textos e pode ser acessado pela barra de links ao lado.
Ao que parece é um centro de haxixe no Nepal.
Style total.



16.6.08

sem palavras...


e você? vai fazer o que?

Boicote aos produtos testados em animais


TODO ANO MAIS DE 6 MILHÕES DE ANIMAIS MORREM EM TESTES DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS.
MATA A TUA MÃE, FILHO DA PUTA!

"Um país, uma civilização, pode ser julgada pela forma com que trata seus animais."

Mahatma Gandhi


fora os milhões de galões de óleo utilizados para produzir garrafinhas plásticas de água mineral... Pense bem no mal que você causa ao planeta.

Fumante = Imbecil sujo e mau educado!


Tirei isso de www.lanho.com.br

GUARDE SUA BITUCA SEU IMPRESTÁVEL!!!
A Surfrider Foundation fez uma ação em que eles coletaram lixo de diversas praias e embalaram como se fossem frutos-do-mar a venda no Supermercado.

Destaquei essa foto acima porque ela mostra como esta raça (fumantes) acha que bituca de cigarro não é lixo. Nego joga essa merda de janela de carro, apartamento, na praia, na rua, no restaurante, na boite… Porcos!

Enquanto isso, eis que Mr. Bush se pronuncia...

"Não é a poluição que prejudica o meio ambiente. São as impurezas do nosso ar que estão fazendo isso."

George W. Bush



Será que temos futuro??

Créééééu!

A matriarca do Créééu!

13.6.08

Montezuma


Muito louco! Ruínas de um palácio do último imperador asteca, Montezuma, foram encontradas no centro da Cidade do México... Imagina quantos tesouros, conhecimento e riquezas não foram enterrados pela civilização e pelo progresso...
Saiu no site da BBCBrasil, a qual nem sou simpático, mas temos de dar a César o que é dele.

Plantação caseira de Maconha não afeta saúde pública


I Can see clearly now the rain is gone
Essa música é muito boa, e o que eu tenho sentido nessas últimas duas semanas condizem com o que ela diz. Parece até que há uma ponta de luz nas trevas em que vivemos.
Vou postar a letra da música original e depois a tradução pra quem não tem a manha do inglês.
Aí vai:

"I can see clearly now the rain is gone.
I can see all obstacles in my way.
Gone are the dark clouds that had me blind.

It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.

I think I can make it now the pain is gone.
All of the bad feelings have disappeared.
Here is the rainbow I've been praying for.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.

(ooh...) Look all around, there's nothing but blue skies.
Look straight ahead, there's nothing but blue skies.

I can see clearly now the rain is gone.
I can see all obstacles in my way.
Here’s the rainbow I’ve been praying for.

It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshiny day."

E a tradução...

"Eu posso ver claramente agora, a chuva se foi
Eu posso ver todos os obstáculos no meu caminho
As nuvens pretas que me deixavam cego já foram
Será um brilhante, um brilhante dia de sol
Será um brilhante, um brilhante dia de sol

Oh sim, eu posso ver agora que a dor se foi
Todos os sentimentos ruim desapareceram
Aqui está o arco-íris, que tanto rezei
Será um brilhante, um brilhante dia de sol

Olhe ao redor, não há nada além do céu azul
Olhe bem à frente, não há nada além do céu azul

Eu posso ver claramente agora, a chuva se foi
Posso ver todos os obstáculos no meu caminho
Aqui está o arco-íris, que tanto rezei
Vai ser um brilhante, um brilhante dia de sol
Vai ser um brilhante, um brilhante dia de sol
Verdadeiro...brilhante, brilhante dia de sol
Sim, ei, vai ser um brilhante, um brilhante dia de sol"

Isso tudo foi tirado do http://letras.terra.com.br

Esse post me deixa feliz demais. É realmente uma causa a qual acredito e que tenho pra mim que trará um grande benefício social: a regulamentação do uso e comércio de drogas e afins. Já postei aqui a decisão do TJ de Sampa, que revolucionou o entendimento da justiça sobre o assunto, uma vez que a lei que proíbe o consumo de drogas foi julgada inconstitucional. E é, de fato!

Em outra oportunidade postei uma entrevista da juíza Maria Lúcia Karam, que é autora do livro que embasou a decisão do TJ-SP.

A proibição causa mais danos do que a droga em si!

Na Argentina, ocorreu essa semana uma situação semelhante. O cara foi absolvido por ter pés de maconha em casa, na privacidade de seu lar.

Aí vai a reportagem da BBC:

Para juízes argentinos, plantar maconha na varanda não é crime


Planta de maconha
Defesa argumentou que plantação não afetava saúde pública
Dois juízes federais de Buenos Aires absolveram um homem que havia sido processado por ter uma plantação de maconha na varanda de seu apartamento na capital argentina.

Na decisão divulgada nesta terça-feira, os juízes Eduardo Farah e Eduardo Freiler consideraram inconstitucional que o réu (cuja identidade não foi revelada) fosse punido por ter seis vasos com a planta Cannabis sativa para uso pessoal, concordando com o argumento da defesa de que a plantação não atentava contra a "saúde pública".

Farah e Freiler entenderam, segundo a imprensa argentina, que este cultivo não é crime porque o homem não planejava comercializar o produto e atuava no "âmbito de sua privacidade".

Os magistrados se basearam na Constituição argentina para sustentar a defesa de "atos privados" que "não afetam a terceiros".

Apelações

Em uma decisão anterior, outro juiz federal, Sérgio Torres, havia processado o homem e sugerido que ele se submetesse a um tratamento de reabilitação.

Esse processo foi baseado em um artigo do Código Penal argentino que proíbe o cultivo de plantas ou armazenamento de sementes para produzir entorpecentes para consumo pessoal - e que prevê penas de um mês a dois anos de prisão.

O caso ainda pode agora levado a instâncias superiores, como a Câmara de Cassação Penal ou a Suprema Corte de Justiça, ou ser concluído, se não houver novas apelações.

A decisão da Justiça Federal de Buenos Aires ocorre três meses depois que o ministro da Justiça, Aníbal Fernández, defendeu a descriminação do consumo de drogas e a atenção médica aos usuários de substâncias químicas, durante uma reunião extraordinária sobre o consumo de drogas e o narcotráfico organizada pelas Nações Unidas (ONU), em Viena, na Áustria.
...
Enquanto isso, naquele que nos USA, os americanos ficam ofendidos com a oferta da Inbev pela compra de uma marca de cerva deles lá, dizendo que é mais do que cerveja, que é parte da cultura (burra) americana e não sei mais o que. Quer dizer, o cara não pode fumar uma diamba, mas pode encher o toba de cerveja até ficar com a barriga inchada que tá bonito... Link

7.6.08

“Usar drogas é uma escolha pessoal”

Entrevista concedida à revista Época online, publicada em 06/06/2008.
Aqui está o link.
Precisamos de mais pessoas que tenham a atitude dessa senhora de abandonar a hipocrisia desse teatrinho de aparências em que vivemos.
Paz!
.......................................

Para a jurista carioca, comprar cocaína deveria ser tão natural quanto comprar um chope
Andréa Leal

Reprodução/
Juíza Maria Lúcia: "Já provei cocaína e maconha, mas não gostei"

Quando Maria Lúcia Karam entrou no curso de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, ainda existia o Estado da Guanabara e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) era UEG (Universidade Estadual da Guanabara). Ela passou também no vestibular de psicologia e passou um ano fazendo os dois cursos. O ano era 1967, e o movimento estudantil estava em sua fase mais perigosa e mais ativa. Foi o engajamento mais fervoroso entre os estudantes de direito que fez Maria Lúcia optar por estudar a lei. Depois disso, ela pegou gosto. Tem três livros e vários artigos publicados sobre direito penal. A tese desenvolvida em De Crimes, Penas e Fantasias foi a que serviu de base para a argumentação do desembargador paulista que inocentou um portador de cocaína. Na mesma linha de raciocínio será Proibições, Riscos, Danos e Enganos: as drogas tornadas ilícitas, o livro que a juíza aposentada lançará no segundo semestre deste ano. Em entrevista a ÉPOCA, ela diz por que acredita que as drogas devem ser legalizadas.

ÉPOCA - Como a senhora chegou à conclusão de que as drogas ilícitas deveriam ser legalizadas?
Maria Lúcia Karam -
Vendo que não há diferença entre consumo de álcool, tabaco, maconha, cocaína. Percebendo que usar uma ou outra é uma opção pessoal. Tem gente que gosta de tabaco e gente que gosta de maconha. E não tem nenhuma diferença, todas essas substâncias provocam alterações no organismo, no comportamento, então esse tratamento diferenciado dado pela lei não se justifica.

ÉPOCA - O mais coerente, então, não seria proibir todas?
Maria Lúcia -
Coerente seria, mas seria muito pior. Aí, até café teria que ser proibido.

ÉPOCA - Por que seria pior?
Maria Lúcia
- A proibição significa a total ausência de controle. Um dos grandes enganos do discurso proibicionista é pretender que a proibição seja uma forma de controlar a circulação das drogas. Mas ocorre justamente o contrário. Quando o mercado é ilegal, ele é totalmente descontrolado, porque não está submetido a nenhuma regulamentação. Causa maiores danos à própria saúde, que é o pretexto dos proibicionistas para criminalizar essas condutas.

ÉPOCA - Por que a proibição causa mais danos à saúde?
Maria Lúcia -
Porque as drogas são substâncias que podem potencialmente causar danos à saúde e não são submetidas a nenhum tipo de controle de qualidade, ao contrário de qualquer outro produto, como, por exemplo, gêneros alimentícios, que são submetidos ao controle da agência de vigilância sanitária. Além disso, a ilegalidade dificulta a busca de assistência quando se faz efetivamente necessária, porque você vai ter que revelar uma conduta que é considerada ilícita. Pessoas que acompanham alguém que teve overdose têm receio de levá-la ao hospital. Dificulta o diálogo com pais, professores, o acesso à informação.

ÉPOCA - A senhora acha que a sociedade está madura para conviver com a legalização?
Maria Lúcia -
A proibição dessas drogas que hoje são ilícitas é uma coisa que só surgiu globalmente no século XX. Elas sempre foram usadas e nunca foram proibidas. Então, a humanidade está madura para a legalização desde que ela existe.

ÉPOCA - A senhora não acha que muitas pessoas deixam de usar as drogas justamente por serem ilícitas?
Maria Lúcia
- Acredito que isso não faz tanta diferença. Em uma pesquisa feita recentemente nos Estados Unidos em que se perguntava para os não-usuários de heroína e cocaína se eles passariam a consumir essas drogas se fossem legalizadas, 99% dos entrevistados responderam que não.

ÉPOCA - Se o vício for encarado como uma doença, isso, não justificaria o fato de o Estado proibir a droga ou adotar medidas de tratamento compulsório?
Maria Lúcia -
Não acho que a droga e o vício sejam doenças. Eventualmente, você vai ter casos de dependência, mas que são, geralmente, uma manifestação de um problema anterior. Não existe dependência só de droga, pode ser dependência do trabalho, de uma pessoa, causada por um desconforto anterior, e é esse desconforto que precisa ser tratado. Cada pessoa usa drogas de formas diferentes. E a mesma pessoa também usa de forma diferente dependendo do momento que ela está vivendo. As pessoas podem beber mais num dia em que estão tristes, ir a um jantar e tomar só um vinho, ou ir a uma festa e beber um pouco mais.

ÉPOCA - Isso não vai aumentar os gastos públicos com saúde?
Maria Lúcia -
Isso não deve mudar muito. Houve um exemplo relativamente recente nos Estados Unidos. Quando eles acabaram com a lei seca, em 1932, registrou-se um ligeiro aumento do consumo, mas, com o passar dos anos, ele se estabilizou e voltou aos mesmos índices de antes da proibição. Por outro lado, diminuíram os atendimentos hospitalares relacionados ao uso do álcool. Porque a bebida proibida era de pior qualidade.

ÉPOCA - E a criminalidade, é maior em países com maior tolerância ao consumo, como a Holanda?
Maria Lúcia -
Não. A Holanda é um dos países com menor índice de criminalidade do mundo. Em 2004, por exemplo, o índice de homicídios foi de 1,27 por cem habitantes. A média de homicídios na União Européia é 1,4.

ÉPOCA - Um outro tipo de criminalidade, aquela causada, por exemplo, por um viciado em cocaína que rouba para sustentar o vício, não deve aumentar?
Maria Lúcia -
Isso acontece mais na ilegalidade. Como a droga é ilícita, é mais difícil de conseguir e é mais cara. E precisa ser comprada escondido. Um adolescente não tem como pedir dinheiro para o pai para comprar cocaína. Num ambiente de legalidade, ele conseguiria dinheiro de uma forma natural, da mesma forma como o pai dá dinheiro para um menino comprar um chope num sábado à noite. A tendência é diminuir a criminalidade não só na venda, mas também do lado do consumo.

ÉPOCA - A senhora tem filhos?
Maria Lúcia -
Tive uma filha que morreu aos 15 anos num acidente de carro. Faria 35 este ano. Não tinha ninguém alcoolizado ao volante, não teve nada haver com drogas.

ÉPOCA - A senhora defende que ela deveria poder experimentar cocaína, como qualquer adolescente experimenta hoje álcool?
Maria Lúcia -
Certamente. Como muitos colegas dela já experimentaram, por exemplo, maconha.

ÉPOCA - A senhora já provou alguma droga?
Maria Lúcia -
Lícita? Tabaco, álcool, cafeína.

ÉPOCA - E ilícita?
Maria Lúcia -
Cocaína e maconha. Mas não gostei. Prefiro um vinhozinho.

6.6.08

Aonde??


África do Sul, Cidade do Cabo

Desapego


Palavra simples, auto-explicativa e enigmática. Um dos pilares da prática budista. Apego é sofrimento. Desapego é diminuir a incidência do sofrimento na vida. Desapego não é frieza e nem indiferença. Você pode sim focar sua energia e ser desapegado ao mesmo tempo. A gente amadurece no sofrimento. Ser desapegado não é ser imaturo, ou querer ser. É a escolha pelo não sofrer. Nesse mundo individualista o que mais se escuta quando se fala em desapego é que é um absurdo você não "se importar" com os outros, não sofrer com o sofrimento dos outros. O que é a vida afinal, senão as emoções e sensações. Somos animais sensitivos, mas nos humanizamos demais e racionalizamos aquilo que temos de mais puro, que é o sentir das coisas. O vento na cara, a dor de uma despedida, a alegria de um reencontro, uma música tocando no coração, a água gelada num dia quente ou um banho quente num dia frio... A vida não pode se resumir a trabalhar, comer, dormir, acordar, se deslocar... Muitas vezes não conseguimos refletir sobre nossa própria prática diária, sobre a maneira pela qual conduzimos a vida. Apenas os iluminados conseguem refletir sobre si de maneira coerente e com relativo afastamento. Afastamento "científico", fundamental para uma análise crítica. Muitos analfabetos, pessoas simples, humildes conseguem chegar a isso e muitos que têm acesso a tudo que dinheiro pode pagar nem sequer conseguem se perceber no cosmos. Isso requer esforço e, principalmente, desapego. Desapego de si, de suas manias, das respostas vazias às perguntas profundas, do dinheiro... Muitos acabam por confundir desapego com desmazelo. Se desapegar do dinheiro não é jogar dinheiro fora, mas descobrir que a vida vai além do que o dinheiro pode comprar, que é conforto e nada mais. Mas o conforto para a alma não é o dinheiro quem compra. Nada compra esse conforto. Ele só é atingido com muito esforço, dedicação e desapego. Pra muitos DEUS é o conforto espiritual. Maravilhoso. Ainda bem que Ele existe e pode proporcionar isso. Mas dentro de DEUS está EU. Ou será o contrário???

5.6.08

"Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, então você não está pronto para viver." - Rev. Marthin Luther King Jr.


I HAVE A DREAM - EU TENHO UM SONHO

Discurso do Rev. Marthin Luther King Jr. (Atlanta, Geórgia 1929 - 1968 Memphis, Tenessee) proferido na marcha para Washington pelos direitos civis dos negros em 28 de Agosto de 1963.


"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouvirei o sino da liberdade.

E quando isso acontecer, quando nós permitirmos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro:

Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

"No fim, nos lembraremos não das palavras de nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos..."

E EU SÓ ESPERO QUE ESSAS PALAVRAS NÃO CAIAM NO ESQUECIMENTO COLETIVO!
PAZ!