20.2.09

Proibições, riscos, danos e enganos

Essa não é a primeira vez que posto texto de autoria dessa admirável e corajosa juíza...

Maria Lucia Karam
Palestra realizada na Terceira Reunião Preparatória sobre a Posição da Sociedade Civil Brasileira frente à Política Mundial de Drogas, promovida pela Psicotropicus-Centro Brasileiro de Políticas de Drogas e ABIA-Associação Brasileira Interdisciplinar sobre AIDS, em 12 de fevereiro de 2009, no Rio de Janeiro.

“Não são as drogas que causam violência. A produção e o comércio de drogas não são atividades violentas em si mesmas. Só se fazem acompanhar de armas e de violência quando se desenvolvem em um mercado ilegal.”A proposta de refletir sobre aspectos legais e de segurança relacionados às drogas, como subsídio para discussões visando um posicionamento sobre questões relativas à saúde, especificamente HIV/AIDS, redução de danos e direitos humanos, decerto deve partir da constatação dos riscos e danos causados pelo proibicionismo criminalizador das condutas de produtores, comerciantes e consumidores das drogas tornadas ilícitas. Essas reflexões decerto devem conduzir a um claro repúdio às autoritárias convenções da ONU e às leis internas sobre essa matéria e a um claro posicionamento reivindicador da legalização da produção, do comércio e do consumo de todas as substâncias psicoativas.
O proibicionismo contra as drogas explicitamente elegeu a guerra como paradigma do controle social exercido através da sempre violenta, danosa e dolorosa atuação do sistema penal, fornecendo o primeiro impulso para a expansão do poder punitivo, que se faz notar globalmente desde as últimas décadas do século XX.
A expressão “guerra às drogas”, criada nos anos 70, é bastante eloqüente. Naturalmente, não se trata aqui de uma guerra dirigida propriamente contra as drogas. Como todas as guerras, essa é uma guerra contra pessoas – os produtores, os comerciantes e os consumidores daquelas demonizadas substâncias.
Com o passar do tempo, o poder punitivo foi diversificando suas “guerras” e seus “inimigos”. Hoje, praticamente todos os variados adeptos do poder punitivo elegem cada um seu “inimigo” particular, conforme suas próprias e variadas tendências políticas. Alguns usam o pretexto do “terrorismo”, ou de uma nunca definida “criminalidade organizada”; outros falam de um suposto crescimento incontrolável da mais tradicional “criminalidade de rua”, ou seja, as condutas criminalizadas dos pobres; outros, ao contrário, acenam para a criminalidade política e econômica, a criminalidade dos poderosos.
Mas, a diversificação não abre mão da invariável e uniformizadora força ideológica da “guerra às drogas”. Ao contrário, a dita necessidade de “combater” as drogas tornadas ilícitas permanece sendo uma das principais fontes da contínua expansão do poder punitivo. A produção, o comércio e o consumo daquelas substâncias proibidas são freqüentemente associados àqueles outros fenômenos (reais ou imaginários), como um pretexto a mais para a introdução de leis emergenciais ou de exceção, fundadas no novo paradigma do “direito penal do inimigo”.
As condenações fundadas nas leis criminalizadoras das condutas de produtores, comerciantes e consumidores das drogas tornadas ilícitas são a principal causa do superpovoamento das prisões em todo o mundo.
As convenções da ONU e as leis internas em matéria de drogas inauguraram a série de provimentos – apresentados como emergenciais, mas que vão se tornando perenes – que impõem medidas penais e processuais excepcionais, promovendo uma sistemática violação a princípios garantidores inscritos nas declarações internacionais de direitos e nas constituições democráticas, sob a enganosa alegação de uma suposta impossibilidade de controlar determinadas condutas criminalizadas com o emprego de meios regulares.
Desprezando as idéias que construíram a proteção aos direitos fundamentais e enfraquecendo o modelo do Estado de direito democrático, provimentos como os que caracterizam as autoritárias convenções da ONU e leis internas em matéria de drogas sistematicamente violam o princípio da exigência de lesividade da conduta proibida, o postulado da proporcionalidade, o princípio da isonomia, o princípio da individualização da pena, a garantia da vedação de dupla punição pelo mesmo fato, a garantia do estado de inocência, a garantia do contraditório, a garantia do direito a não se auto-incriminar, a própria cláusula do devido processo legal, o direito à liberdade e à vida privada, o próprio princípio da legalidade.
Todas essas violações – encontradas em dispositivos que, criminalizando o dito “tráfico” das drogas tornadas ilícitas, exacerbam de forma desmedida o rigor penal, e nos dispositivos que, mantendo a criminalização da posse para uso pessoal daquelas substâncias proibidas, desrespeitam a liberdade individual – já demonstram que os maiores riscos e danos relacionados a drogas não são causados por elas mesmas. Os maiores riscos e danos são causados sim pelo proibicionismo. Em matéria de drogas, o perigo não está em sua circulação, mas sim na proibição, que, expandindo o poder punitivo e negando direitos fundamentais, acaba por perigosamente aproximar democracias de Estados totalitários.
Esses riscos e danos à democracia naturalmente já deveriam ser razão suficiente para um claro repúdio ao proibicionismo. Mas, há mais.Dentre tantos paradoxos da proibição, está a alegação que pretende fundar a criminalização das condutas de produtores, comerciantes e consumidores das drogas tornadas ilícitas em uma suposta tutela do bem jurídico relacionado à incolumidade ou à saúde públicas.
Além do fato de que o sistema penal não serve para tutelar nenhum bem jurídico – a expressão “tutela penal’, tradicionalmente utilizada, é manifestamente imprópria; na realidade, as leis penais nada protegem, não evitando a realização de condutas que, por elas criminalizadas, são etiquetadas de crimes, mas servindo tão somente para exercitar o enganoso, danoso e doloroso poder punitivo –, no âmbito da criminalização das ações relacionadas às drogas tornadas ilícitas, o engano é ainda maior: mais do que não proteger a incolumidade ou a saúde pública, a criminalização causa danos e perigo de danos a essas mesmas incolumidade ou saúde públicas que anuncia pretender proteger.
Dentre outras coisas, bastaria pensar que a clandestinidade, imposta pela proibição, implica na falta de controle de qualidade das substâncias tornadas ilícitas e consequentemente no aumento das possibilidades de adulteração, de impureza e desconhecimento do potencial tóxico ou entorpecente daquilo que se consome.
Aqui, já se pode entrever outro paradoxo do proibicionismo: quando não acenam com a delirante – e, na realidade, indesejável – pretensão de construir um mundo sem drogas, os proibicionistas se valem do pretexto mais modesto de controlar sua difusão. Mas, a intervenção do sistema penal implica exatamente na falta de qualquer controle sobre o mercado das drogas tornadas ilícitas, que é entregue a criminalizados atores que devem agir na clandestinidade e que, conseqüentemente, não estão submetidos a qualquer regulamentação de suas atividades econômicas.
Além de ameaçar a democracia, além de causar riscos e danos à saúde, o proibicionismo causa violência.
Não são as drogas que causam violência. A produção e o comércio de drogas não são atividades violentas em si mesmas. Só se fazem acompanhar de armas e de violência quando se desenvolvem em um mercado ilegal. É a ilegalidade que cria e insere no mercado empresas criminalizadas (mais ou menos organizadas), que se valem de armas não apenas para enfrentar a repressão; as armas se fazem necessárias também em razão da ausência de regulamentação e da conseqüente impossibilidade de acesso aos meios legais, a violência se tornando o meio necessário para a resolução dos naturais conflitos gerados no âmbito daquelas atividades econômicas.
Mas, a violência não provém apenas dos enfrentamentos com as forças policiais, da impossibilidade de resolução legal dos conflitos, ou do estímulo à circulação de armas.
A diferenciação, o estigma, a demonização, a hostilidade, a exclusão, derivados da própria idéia de crime, sempre geram violência, seja da parte de agentes policiais, seja da parte daqueles a quem é atribuído o papel do “criminoso”, ainda mais quando o poder punitivo se agiganta e se inspira no paradigma da guerra e os autores de crimes recebem não apenas a marca do “outro”, do “mau”, do “perigoso”, mas são apontados como o “inimigo”.
No Brasil, os “inimigos” são personificados especialmente nos vendedores de drogas que vivem nos guetos denominados favelas, demonizados como os “traficantes” ou os “narcotraficantes” (mesmo que não vendam narcóticos, pois vendem especialmente cocaína…).As polícias brasileiras são autorizadas (formal ou informalmente) e mesmo estimuladas a praticar a violência, a tortura, o extermínio, contra eles ou contra quem a eles se assemelhe. Certamente, quem deve “combater” o “inimigo”, deve eliminá-lo. Como se espantar quando os policiais brasileiros torturam e matam?
Por outro lado, os ditos “inimigos” desempenham esse único papel que lhes foi reservado. Em sua maioria, são meninos que empunham metralhadoras ou fuzis como se fossem o brinquedo que não têm ou não tiveram em sua infância. Sem esperanças de uma vida melhor, matam e morrem, envolvidos pela violência causada pela ilegalidade imposta ao mercado onde trabalham. Enfrentam a polícia nos confrontos regulares ou irregulares, enfrentam os delatores, enfrentam os concorrentes de seu negócio. Devem se mostrar corajosos; precisam assegurar seus lucros efêmeros, seus pequenos poderes, suas vidas. Reconhecidos apenas como os “narcotraficantes”, os “maus”, os “monstros”, os “inimigos”, por uma sociedade que não os vê como pessoas, como se espantar com sua violência ou sua crueldade? Se seus direitos lhes são negados, por que deveriam respeitar os direitos alheios?
Não se pode pensar no paradigma de redução de riscos e danos apenas em um sentido que o vincula unicamente a questões concernentes à saúde. Aliás, o desenvolvimento de programas terapêuticos de redução dos riscos e danos relacionados às drogas tornadas ilícitas no interior de um ordenamento proibicionista, que maximiza esses riscos e danos, torna-se algo irracional e insustentável, ou, na melhor das hipóteses, uma política que se satisfaz com o enfrentamento apenas de alguns riscos e danos menos graves, deixando de lado os riscos e danos mais graves, inclusive os diretamente relacionados e agravantes dos mais limitados riscos e danos enfrentados.
Não se pode parcial e egoisticamente defender apenas os direitos de consumidores de drogas e ignorar ou até mesmo compactuar com as gravíssimas violações de direitos das maiores vítimas da “guerra às drogas” – no Brasil, os muitos meninos que negociam e trabalham no árduo mercado tornado ilegal.
Não se pode parcial e maniqueistamente defender apenas a legalização de uma ou outra droga apresentada como “boa” ou “inofensiva”, como fazem defensores da maconha ou da folha de coca, que, reproduzindo a mesma artificial distinção que sustenta a nociva divisão das drogas em lícitas e ilícitas, pretendem se apresentar como os “bons”, se diferenciando dos “maus” produtores, comerciantes e consumidores de drogas ditas “pesadas”.
Não se pode pretender reduzir riscos e danos relacionados às drogas e não se incomodar com a nocividade do proibicionismo, como o fazem aqueles que, no Brasil, não hesitam em participar de órgãos oficiais e trabalhar sob o comando dos generais encarregados da versão doméstica da “guerra às drogas”.
É preciso sim reviver o desejo da liberdade, o desejo da democracia, a idéia da dignidade e do igual respeito que há de ser garantido a todas as pessoas, a supremacia dos princípios garantidores inscritos nas declarações internacionais de direitos e nas constituições democráticas.
A redução dos riscos e danos relacionados às drogas ilícitas exige, antes de tudo, uma vigorosa reafirmação dos direitos fundamentais de todas as pessoas e um atento olhar para os limites que hão de ser postos ao exercício dos poderes estatais em um Estado de direito democrático e, especialmente, para os indispensáveis freios que hão de ser postos ao exercício do mais violento, danoso e doloroso desses poderes – o poder punitivo.
A construção de marcos legais favorecedores da redução dos riscos e danos relacionados às drogas exige, antes de tudo, uma ampla reforma das convenções da ONU e das leis nacionais, de modo a promover a legalização da produção, do comércio e do consumo de todas as substâncias psicoativas, para que tais atividades sejam reguladas de forma racional e respeitosa dos direitos fundamentais, para que o violento, danoso e doloroso poder punitivo seja contido, para que milhões de pessoas em todo o mundo sejam libertadas das prisões, para que a supremacia das declarações internacionais de direitos e das constituições democráticas seja resgatada, para que a liberdade seja assegurada, para que a democracia seja salvaguardada.

Para muito além da erva

18 de Fevereiro de 2009
Luiz Paulo
Marina Lemle
Publicado em Comunidade Segura - Notícias sobre Segurança Humana (http://www.comunidadesegura.org)

Criado em 16/02/2009
Organizações da sociedade civil brasileira estão produzindo uma declaração que pretende ir ainda mais longe do que a declaração lançada semana passada pela Comissão Latino-americana de Drogas e Democracia, em que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil), César Gaviria Trujillo (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México) defendem a descriminalização dos usuários de maconha.No dia 12 de fevereiro, a ONG Psicotropicus e a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia) promoveram um encontro para discussão e elaboração do documento que será apresentado à Comissão de Drogas e Narcóticos das Nações Unidas (CND) em seu próximo encontro, de 16 a 20 de março, na Áustria.
A declaração das entidades da sociedade civil enfatizará a importância das políticas de redução de danos, do respeito aos direitos humanos pelas leis de drogas de todos os países e de políticas de saúde para usuários de drogas. O ponto da descriminalização das drogas rendeu debates inflamados. O texto será divulgado na primeira semana de março.
A juíza Maria Lucia Karam defendeu firmemente a legalização de todas as drogas. Para a juíza, o proibicionismo é o causador dos maiores riscos e danos, e não as próprias drogas. Segundo ela, a clandestinidade implica na falta de controle de qualidade do que se consome e insere as armas e a violência no âmbito da atividade, para a resolução dos conflitos gerados pela própria ilegalidade.
“É a criminalização que causa danos. É necessária uma ampla reforma das convenções da ONU e nacionais para regularizar a produção, o comércio e o consumo de todos os psicoativos”, afirmou.
A socióloga Julita Lemgruber criticou a política de drogas liderada pelos Estados Unidos, que teria como caso limite o Rio de Janeiro. Para ela, o endurecimento da chamada “guerra contra as drogas” no Rio leva a uma política de extermínio na qual a polícia cada vez mata mais e prende menos.
Julita observou que mesmo com o aumento do número de presos, o tráfico de drogas não diminuiu, ao passo que a população prisional cresceu e vive em condições desumanas e degradantes. “O poder punitivo é doloroso, danoso, violento e não tem contribuído para que os cidadãos brasileiros vivam com mais segurança”, disse Julita.
Comer pelas beiradas
Para Julita, o ideal seria haver um movimento organizado pela legalização de todas as drogas, mas a sociedade brasileira está longe de ter um debate consistente na área. “No momento, temos que comer pelas beiradas”, disse Julita.
Segundo o psicólogo Luiz Paulo Guanabara, da Psicotropicus, há muitos interesses ocultos por trás da política proibicionista, como comércio de armas e lavagem de dinheiro. “A política de drogas hoje no mundo é um conjunto de coisas erradas”, disse.
Guanabara explicou que há um conflito de posições dentro da ONU entre o bloco dos EUA, com o apoio de China, Japão, Tailândia, Suécia e outros países, com ênfase na repressão, e o bloco europeu, supostamente apoiado pela América Latina, com foco em prevenção e redução de danos.
A reunião contou com a presença de uma representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que esclareceu o funcionamento dos órgãos da ONU ligados à questão das drogas. Nara Santos explicou que o Conselho Social e Econômico da ONU é pautado pela sociedade civil, através de organizações cadastradas, que hoje são 3.172 no mundo.
Nara disse também que o UNODC e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids) vêm fazendo consultas informais sobre redução de danos. Ela destacou uma fala do diretor executivo do Unaids, Michel Sidibe, em 28 de janeiro, defendendo que se trabalhe com, e não contra, os usuários de drogas, para se chegar ao acesso universal, e recomendou acabar com as leis que representem obstáculos ao combate à Aids.
Maconha tem baixa toxidade, mas ecstasy pode matar
De acordo com o perito criminal da Polícia Civil do Rio de Janeiro Bruno Sabino, que faz análises e laudos de materiais apreendidos pela polícia, a repressão ao usuário tem diminuído a partir da vigência da nova lei sobre drogas, de 2006.
Segundo Sabino, a proporção de apreensões de grandes quantidades de drogas tem aumentado em relação às pequenas quantidades. “O policial tem que ter discernimento sobre se está prendendo um usuário ou um traficante, porque o tratamento deve ser diferente desde o início”, disse. As penas para usuários hoje têm três níveis: advertência, prestação de serviços e medida educativa.
Sabino, que é farmacêutico com formação em efeitos toxicológicos, preocupa-se bem mais com o ecstasy e outras drogas sintéticas do que com a maconha. Em suas pesquisas, descobriu que existem inúmeras misturas no mercado.
“Os consumidores de ecstasy não têm a menor idéia do que estão consumindo. Isso aumenta o risco de intoxicação”, disse. O perito explica que a droga tem pouca capacidade de causar dependência, mas se tomado em grande quantidade pode causar a morte.
Sobre a maconha, Sabino afirma que sua toxidade é muito baixa e que ela não parece ser, como dizem, uma “porta de entrada” para outras drogas. “Isso é mito”, afirmou.
Questão de saúde
Julita Lemgruber criticou o governo federal pela falta de uma campanha “decente” de prevenção contra as drogas. “Por que temos coragem de fazer campanhas de prevenção explícitas para o HIV mas não para as drogas?”, questionou.
Para Cristina Pimenta, da Abia, os maiores desafios na área da saúde são a sustentabilidade política e financeira dos programas, tanto de governos quanto de ONGs, a participação dos usuários de drogas no planejamento de programas de prevenção e tratamento e a inclusão social dos usuários em serviços de saúde.
Ela explicou que a vulnerabilidade do usuário de drogas ao HIV é avaliada em três níveis que se interrelacionam: o individual, o social e a programática, isto é, os serviços, bens e insumos oferecidos à população. “O declínio da transmissão de Aids por usuários de drogas através do sangue se deve ao impacto de programas de prevenção e redução de danos”, afirmou.
De acordo com Andrea Domanico, pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudo sobre Substâncias Psicoativas, as hepatites virais são o maior problema de saúde entre usuários de drogas no mundo. Os vírus são dez vezes mais eficazes na sua transmissão que o HIV e a desinformação não ajuda na prevenção.
“Quantos mais Ps pior: preto, pobre, prostituto e da periferia tem mais chance de se infectar. A redução de danos está ligada aos direitos humanos”, afirmou.
Luiz Paulo Guanabara criticou o fato de os órgãos do sistema de controle de drogas da ONU não adotarem o novo paradigma da redução de danos e lembrou que até algum tempo atrás o UNODC proibia o uso desse termo. “Mas não é só incluir o nome, é preciso incluir as práticas de redução de danos”, defendeu Guanabara. Entre essas práticas, ele cita a troca de seringas usadas por novas e a substituição da heroína por metadona.

17.2.09

Descriminalização da maconha gera polêmica

Não me importo com o barulho dos maus, mas com o silêncio dos bons.

Essa frase é do Reverendo Marthin Luther King ou do Gandhi? Talvez nem um nem outro. Só espero que o debate seja verdadeiramente um debate. Mas tem que botar a cara a tapa. Será que alguém no Congresso vai ter a moral???

A descriminalização da maconha no Brasil, proposta apresentada em um encontro da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, realizado no último dia 11, no Rio de Janeiro, foi rechaçada na Assembleia. A iniciativa defende a legalização de quantidades pequenas do produto e está na declaração que será apresentada, na próxima reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), que deve ocorrer em Viena, na Áustria, em março deste ano.

Na tarde de ontem, o deputado Antônio Moraes (PSDB) criticou a iniciativa defendida pelo ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. "Tenho 25 anos de experiência na Polícia Civil e sei que a maconha é a porta de entrada para drogas mais pesadas, como a cocaína e o crack", observou. De acordo com o parlamentar, a legalização é prejudicial, uma vez que o Brasil não consegue vencer nem mesmo a luta contra o consumo do cigarro. "Estarei no combate à descriminalização e à disposição da sociedade brasileira. Acredito que a proposta só aumentará a violência e o número de dependentes químicos. Países que liberaram o consumo da droga sofrem, agora, com a necessidade de ter as fronteiras vigiadas constantemente", pontuou.

Moraes afirmou que discorda da justificativa do ex-presidente FHC de que a legalização combaterá, de forma efetiva, o tráfico de drogas. O deputado André Campos (PT) concordou com o posicionamento do tucano".

16.2.09

Será que vai?

Enviado por Rodrigo Pinto -
12/2/2009
-
17:35

Governo Lula, provocado, entra no debate sobre as drogas

Finalmente, o governo Lula entrou no debate das drogas. Depois de o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, falar em necessidade de aperfeiçoamento da legislação vigente - que ainda abre brechas para a prisão de usuários e a corrupção policial - o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se disse favorável ao debate em torno da descriminalização da maconha.

Nesta quarta, a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia defendeu a liberação do uso da droga. Em uma conversa reservada que tivemos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, meu colega de blog Paulo Mussoi e eu, FHC criticou a falta de posicionamento sobre o tema no atual governo. Crítica com a qual concordo. O governo Lula, neste caso, cala e consente violência, abusos e hipocrisias.

Se o governo liderado pelo PT se diz progressista, não pode lavar as mãos. Tudo bem, a mudança na lei, para melhor, foi assinada pelo presidente Lula. Também na gestão dele, a Secretaria Nacional Anti Drogas passou a se chamar Secretaria Nacional Sobre Drogas, mudança simbólica, mas que não se refletiu, na prática, em ações educativas mais eficientes e numa discussão aberta sobre o tema. E o tabaco é um exemplo tão bacana de como a educacão sempre é mais eficaz do que a porrada policial (não aplicado ao cigarro, uma droga legal).

FHC afirma que políticos não gostam de abordar o assunto por medo de reações negativas nas urnas. Lembrou da eleição para a Prefeitura de SP em que foi acusado pelo adversário Jânio de ser maconheiro. "Tudo porque, numa entrevista anos antes, me perguntaram se eu havia fumado maconha e disse que tinha experimentado com meus primos, todos banqueiros, quando jovem".

O fato é que, como reconhece a comissão, a maconha é uma droga muito popular, que causa danos menores do que os provocados por drogas lícitas e que alimenta a corrupção e parte do volume de negócios do narcotráfico. Se o governo se calar, corre o risco de perder para oposicionistas a dianteira em um diálogo que muito interessa a jovens eleitores. Tudo bem, a posição de FHC é mais cômoda agora, quando já não disputa mais cargos eletivos. Mas é muito bom que um ex-presidente, que no governo se aliou a algumas das forças mais conservadoras do país, avance e traga uma nova posição em um assunto tão carente de opiniões corajosas.



fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/sobredrogas/post.asp?t=governo-lula-provocado-entra-no-debate-sobre-as-drogas&cod_Post=161072&a=544

14.2.09

adrenalina!!!!!!!!







TV: Lutando por Phelps na FOX




O editor da revista High Times, David Bienenstock apareceu na FOX para defender o nadador Michael Phelps, elogiando sua perfomance de campeão olimpico ao lidar com o Bong e repudiando a hipocrisia de punir atletas, que escolhem uma forma mais saudável de relaxar do que ingerindo alcool.
Aliás, estava na hora de rolar uma revista dessas por aqui no Brasil... Será que dava cadeia?

13.2.09

Atualidades

11 toneladas, sendo 91.000 ovos e 800 kg de carne, fora vários alimentos (sucos, legumes) ainda dentro do prazo de validade que por não ter sido acondicionados de maneira adequada estragaram e foram jogados fora pelo governo do Amazonas. Precisa comentar?
Enquanto isso Severino Cavalcanti (PP-PE), ex-presidente da Câmara Federal dos Deputa, que renunciou em 2005 depois de ser flagrado pagando propina para o dono do restaurante da Câmara, aconselha o gente fina Edmar Moreira (DEMO-MG), corregedor da Câmara(!!!), a tocar a vida e dar a volta por cima depois que deixou de declarar à Receita Federal um castelo (existe isso no Brasil???) de R$ 30.000.000,00 e ter dado um calote de R$ 45.000.000,00. "O eleitor nem se lembra disso", falou o sangue bom Severino.

Esse é o Edmar... Gente boa!

E esse é o castelo

Burro é o povo que vota nesses filadaputa...

Então aparece o FHC, numa cúpula de ex-presidentes da América latina (eu nem sabia que tinha isso!), defendendo a regulamentação do uso pessoal da maconha (por increça que parível). Aí no debate ocorrido entre os internautas do site do jornal o Globo a gente lê coisas do tipo:

"Defender a legalização de drogas é no mínimo irresponsável. Quem quiser se matar que o faça sozinho. Escolha o método e o execute sem envolver mais ninguém".
"Sendo proibida, a maconha já é usada pela maioria dos jovens brasileiros. Imagina se for legalizada. Será o fim do mundo legalizar o uso de uma substância que faz mal à saúde. O que é preciso é o governo construir mais presídios para guardar a bandidagem do país", completou Maurílio José Alvim.
Andrea Soares revelou sua preocupação com as consequências da descriminalização da maconha.
"Maconha é porta de entrada para drogas mais pesadas. Dificilmente alguém começa a usar heroína depois de chupar um pirulito".
Já Jorge Luiz Paz Bengochea diz que a descriminalização da droga causaria um aumento da violência.
"As drogas, além de negócio do crime, são estímulo para a violência. Com esta atitude, FH se rende a um poder mais forte e admite a sua incompetência para tratar deste problema se voltar a ser governo".

Idiotas!

O Serra libera R$ 20.000.000.000,00 (é isso mesmo 20 bilhões) para as empresas de SP não perderem lucros com a crise mas não tem coragem de comentar os fatos ocorridos em Paraisópolis ou sobre a cratera do metrô e as famílias que até hoje moram em hotéis.

O PCC está chegando em Portugal, mas em São Paulo o IDH é igual o da Suiça, segundo a impressão que esses malandros querem passar.

A sociedade vive a síndrome do Michael Phelps (já falei disso em outro post).

O cara ganhou tudo o que podia, é o maior medalhista olímpico da história e queria relaxar sem precisar ficar de ressaca no outro dia e agredir menos o seu corpo fumando maconha.


Por causa de uma foto teve de se retratar publicamente, perdeu contrato, perdeu o direito de competir por 3 meses, comeu o pão que o DEMO (não, não é o partido) amassou com o rabo.


Mas quando ele foi flagrado dirigindo bêbado, podendo atropelar e matar pessoas, ninguém falou nada (até "entenderam") e não perdeu contrato nenhum com a porra da Kellog (do sucrilhos).


Qualquer semelhança entre os que condenam Michael Phelps e os que bateram na brasileira não é mera conicidência...

6.2.09

Baseado no 9 é clássico...

Não tem polícia pra segurar a onda se a população não quiser. Atualmente, a lei não funciona, tem que mudar!!! Legalize! Regulamente!

Os ministros da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, negociam dentro do governo uma proposta para ampliar o alcance da nova lei de entorpecentes. A legislação em vigor já exclui a pena de prisão para usuários de drogas, mas Minc e Vanucchi entendem que seria importante estabelecer regras ainda mais claras para assegurar tratamento diferenciado aos consumidores. Para Minc, brechas nas regras deixam usuários expostos a constrangimento, corrupção e extorsão por parte de autoridades encarregadas de combater o tráfico.Nesta quarta-feira, em Ipanema, um dia após o tumulto entre PMs, ambulantes e banhistas que estariam fumando maconha , jovens consumiam a droga no Posto 9. Eles aproveitavam os intervalos na ronda feita por policiais na praia. Em protesto contra a repressão, alguns vendedores e banhistas apareceram com apitos, ameaçando trazer de volta um costume dos anos 90 - apitar para alertar os usuários sobre a aproximação da polícia.Na confusão de quarta-feira, três pessoas foram detidas e três PMs ficaram feridos. Um dos detidos, o vendedor de mate Giovani de Souza Moraes, de 20 anos, voltou à praia para trabalhar. Ele disse que não usa droga e que só foi preso porque reclamou da revista feita num grupo de rapazes.

5.2.09

em algum lugar do futuro...

Nem sei se a idéia de vender maços de cigarros de maconha seria uma boa, acredito ser mais viável a venda de pequenas quantidades da erva solta, a exemplo do que ocorre na Holanda, mas fica aí a sugestão...










Ai!


Homenagem póstuma ao Dr. Albert Hofman


Nessa foto, ele foi flagrado pedalando no famoso Vondelpark...

Aos 102 anos, morre o Dr. LSD (Valeu a preza!!!)


O cara morreu em 29 de Abril de 2008, mas eu estava numa trip muito intensa e achei que tinha sido ontem...
Albert Hofmann, pai do alucinógeno conhecido como LSD (sigla para dietilamida do ácido lisérgico, em inglês), morreu nesta terça-feira (29), aos 102 anos.
Hofmann morreu em sua casa, na cidade de Basel, vítima de um ataque cardíaco, afirmou Rick Doblin, presidente da Associação Interdisciplinar de Estudos da Psicodelia, em uma notícia divulgada no site da instituição.
Hofmann, que nasceu em 1906 na cidade de Baden, descobriu o LSD em 1943, quando trabalhava nos laboratórios Sandoz, atualmente parte do grupo farmacêutico Novartis.
"Eu tive de deixar o trabalho e ir pra casa porque fui acometido por uma repentina sensação de desconforto e uma leve vertigem", escreveu em um relatório, ao falar sobre sua primeira experiência com a droga.
Ele realizava experiências para desenvolver um estimulante circulatório e respiratório, quando descobriu a droga. Foi cobaia de sua própria descoberta.
"Tudo o que eu via estava distorcido como em um espelho ondulado", afirmou, lembrando de seu retorno para casa. Três dias depois de sua primeira experimentação, Hofmann aumentou a dose e acabou em uma alucinação traumática, conhecida como "bad trip" (viagem ruim, em inglês).
Hippies
O LSD é uma droga com efeitos alucinógenos e foi a mais consumida dentro do movimento hippie nos anos 60. Depois disso, acabou sendo proibida e perdeu popularidade até os anos 90, quando voltou à tona entre os fãs de música eletrônica.
"Trata-se de um produto muito especial que atua na consciência, que é, afinal de contas, o que nos distingue dos animais", afirmou o químico, acrescentando que, sob os efeitos do LSD, "vemos, ouvimos e sentimos de forma diferente e intensa, mesmo com uma dose ínfima".
Hoffman sempre defendeu sua descoberta. "Eu produzi a substância como um remédio.. não tenho culpa se as pessoas abusaram dele", disse.
Entre 1947 e 1966, a Sandoz manufaturou o LSD em cápsulas e ampolas para utilização médica em tratamentos psiquiátricos e neurológicos, mas adquiriu uma má reputação por abusos em seu consumo --o que resultou no fim da produção.
Em declarações à imprensa de seu país, na ocasião de seus cem anos, Hofmann confessou não estar surpreso pelo fato de ter entrado para a história apenas por causa do LSD, apesar de ter feito outras descobertas.

Excuse me while I light my Spliff!


Israel e a Bezerra d’Água


Reproduzo aqui na íntegra texto retirado do blog fatosnefastos.blogspot.com

A água é ouro, por ela travam guerras e invadem territórios e o gás, outro tesouro, em Gaza vaza. O bezerro de Israel é o ouro.
Ah!, se muita gente não tentou justificar o genocídio que os europeus neo-israelenses estão cometendo na Faixa de Gaza (pararam para assistir à posse de Obama) com a simples e simplória afirmação de que eles (eles quem?) têm direito a uma pátria... nada mais justo que fosse na terra de seus antepassados.
Como se esses caras precisassem de um pedaço de terra, eles são donos do planeta terra! Donos dos grandes bancos, dominam as telecomunicações, dominam tudo! Mas pobres, eles foram escravos em Babilônia, foram escravos no Egito, foram expulsos de Espanha, seis milhões deles foram mortos pelos nazistas no maior massacre da história da humanidade, bradam.
Com essa conversa criaram uma indústria de indenizações. Morreram seis milhões de judeus.
Mas, meu deus, morreram 75 milhões de pretos com o tráfico negreiro e eles hoje só têm direito a uma mísera gleba num quilombo pobre.
Só no território que viria a ser o Brasil foram 5 milhões de almas indígenas ao massacre. No entanto, não admitem que os nossos silvícolas tenham direito a uma nação independente!
100 milhões de índios na América foram assassinados com a chegada dos homens brancos e suas caravelas, inclusive com o judeu Amerigo Vespúcio guiando uma delas. Cadê as glebas, cadê as terras?
E por que podem os neo-israelenses?
Por que o mundo se felicita com a chegada do primeiro homem negro à Casa Caiada e não teve o mesmo entusiasmo com a chegada do primeiro indígena à presidência de uma república na América do Sul?
Por que o mundo chorou e sorriu de felicidade com a derrubada do Muro de Berlim e hoje se silencia diante dos muros separatistas erguidos em Israel e nos Esteites?
É a propaganda, idiota!

Passa a bola Michael Phelps!


O Giba era o melhor fumador (ops!) jogador de vôlei do mundo quando foi flagrado com THC no sangue e admitiu que fumou maconha...
O Michael Phelps só ganhou 8(!!!) medalhas de ouro nas olimpíadas de Beijing... Esses dias deu umas bolas num bong numa festa de universidade num estado tradicionalista (Carolina do Sul) e saiu estampado revistas, jornais e sites mundo afora criticando sua conduta. Depois pediu desculpas, mas não devia ter pedido. Ele já provou o que precisava, o resto é sua intimidade e ninguém tem nada a ver com isso.
Tanto um como outro, pra não citar atletas da NBA que admitem fumar antes das partidas a talvez por isso realizem jogadas mirabolantes que só eles sabem fazer, são os melhores do mundo no que fazem e gostam de maconha. São fatos.
Aí o xerife do condado falou que vai indiciá-lo. Pense! Ele tinha que indiciar é a própria polícia que permitiu que a maconha chegasse lá...
Na Holanda 5% da população fuma maconha regularmente e não é criminosa por isso. Nos EUA 9% da população é bandida porque tem o mesmo hábito.
No Brasil nem deve existir tal estatística, mas os que defendem que a proibição devem continuar não querem nem saber quantos são, quanto fumam, onde conseguem, a proveniência do fumo... Nada disso importa, mas quando mamãe perguntar eu vou falar orgulhoso que no meu país não pode fumar maconha...
É mesmo como já disse o Gabeira: "Do ponto de vista da maconha, a humanidade deve parecer muito doida...!"
Legalize!!!

O Ministério da Justiça estuda mudanças na legislação sobre usuários de drogas

Fonte: O Globo > 4 / 2 / 2009-


O ministro Tarso Genro discutiu o tema segunda com o colega Carlos Minc, autor de lei no Rio que trata o usuário mais como problema de saúde pública.Aliás, Genro contou a Minc episódio ocorrido neste Fórum Social, em Belém, quando, por acaso, foi cercado por um grupo pró-legalização da maconha. A polícia, que veio em seu socorro, foi obrigada a ouvir o coro: "Alô, polícia/A maconha é uma delícia..."Enquanto isso, uma confusão assustou banhistas na tarde desta terça-feira na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio. Cinco pessoas foram detidas quando a Polícia Militar chegou para abordar um jovem que estaria fumando maconha na areia.Segundo a 14ª DP (Leblon), para onde os detidos foram levados, quando o jovem percebeu que seria preso, teria escondido a droga na areia, enquanto um grupo cercou o policial militar. O jovem fugiu durante a confusão, segundo a delegacia.A Polícia Civil informou que foram jogadas garrafas de água e cocos nos policiais militares. A confusão chegou até o calçadão. O trânsito na Avenida Vieira Souto chegou a ser paralisado, para que nenhum veículo fosse atingido. O carro da PM também foi danificado.A delegada adjunta da 14ª informou que os cinco serão autuados por desacato a autoridade e lesão corporal leve. A polícia ainda vai abrir inquérito para apurar se os cinco detidos estão envolvidos nos danos feitos ao carro da polícia.