1.3.11

o carro congestiona. Bicicleta trafega.



atropelamento em massa em Porto Alegre. O delegado esperou o figurão, funcionário público, se apresentar voluntariamente.

Será que ele foi dirigindo? Ih!

Foi uma vítima dos perigosos ciclistas. alegou legítima defesa. Legítima? Só se for defesa dos peidos dos ciclistas, que estavam na frente dele. Disse que se sentiu ameaçado e por isso passou por cima de dezenas de pessoas como quem pisa em morfigas.
Era melhor ter falado que tava com dor de barriga, cagando nas calças.

Bicicleta é veículo e como tal deve sim estar na rua. Se era uma ou cento e cinquenta, foda-se.

Se fossem 150 carros, o figurão passaria por cima?
Ah... o carro, golf preto estilo pleiba, deve custar uma baba. A bicicleta... uma mixaria. Deu pra entender a prioridade de domínio do espaço público.

Público? Então é de todos? Não entendo...

E o filho de 15 anos no banco do passageiro, aprendendo e internalizando essa bela lição que o pai lhe ensina com maestria.

Meu filho, tire carteira, compre um terno preto, cumprimente os homens que usam gravata...

A sociedade está embriagada com o prazer.
"eu só faço o que me dá prazer"

E a vida, a contemplação...

Uma galera de bike numa sexta a noite e o delegado não viu a latente intenção.

Até o Alexandre Garcia, da brobo, foi mais sensato que o poder público.

Que coisa.

Mas o JN de ontem não deixou dúvida, entrevistaram um suposto motorista que estaria atrás do carro do monstrorista do carrão preto e disse que realmente ele não tinha saída. Só lhe restou fazer um strike na massa para proteger sua integridade. Tománocú!

Será que eu tô de cabeça pra baixo?

Tentativa de homicídio doloso. Ah... deixa quieto.

Melhor assim. Quando eu quiser matar um, atropelo.

Dá nada.

23.2.11

Noites Tropicais - Nelson Motta




Esses dias li um livro do Nelson Motta, Noites Tropicais.
Uma aula de história da música brasileira na segunda metade do século XX.

A bossa nova dividiu a música brasileira em antes e depois? Não sei.
Mas em Noites Tropicais, o cara mostra a importância que o gênero teve no ocidente. A onda de cantar baixinho, sussurrando, violão numa levadinha samba-no-sapatinho-be-bop-a-lu-la bem sincopadinha rompia com a música de corno de então que renasce nos anos 1990, com Raça Negra e outras milongas.

Tim Maia expulso dos EUA depois de rodar fumando um num carro roubado e inventando um samba-soul em meios a big sessions da sala de ar-condicionado dos estúdios "flips".

Elis Regina tomando peiote. Cocaína.

Ácido. Cigarro. Café.

Chico Buarque, ditadura. Fernando Gabeira nas redações e na clandestina.

Bob Marley na boate no morro da urca.

Informação a rodo num livro fácil de encontrar em qualquer saleta que o governo chama de biblioteca.

Vale.

22.2.11

Yiê Mundo dá Volta

Escrever tem sido alvo de uma certa preguiça nos últimos meses. Coisas não necessariamente planejadas, esperadas ou almejadas acontecem e fogem ao controle da continuidade rotineira.

Muita coisa junta. Egito, Dilma, atropelamentos a rodo em Brasília, essa guerra agora na Líbia contra o povo. Isso é sinistro.

A meta agora é conseguir digitar freneticamente como quando escrevo em cursivo. Ideias fluindo, cabeça a mil e texto bom fácil.

Digitar é chato. Pretendo doutrinar meu corpo a responder os comandos cerebrais mais sutilmente no teclado.

É música de tátátá, barulhinho que acaba fazendo parte do ato de produzir, mas não com certeza intelectualmente. Produção é texto. Intelecto acontece.

A parada do Egito mexeu comigo um pouco. Muito louco, os islâmicos inverteram a situação e quem tem olho vê fácil quem é terrorista, na verdadeira acepção dessa palavra.

Deflagram no norte da África revoltas populares.

Em Brasília, 19 horas.