16.9.09

Duplicaram plantações caseiras de 'cannabis'



fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1351376
por VALENTINA MARCELINO
Duplicaram plantações caseiras de 'cannabis'

Nos primeiros sete meses do ano, a GNR apanhou mais do dobro da quantidade de 'cannabis' plantada em casas particulares do que no total do ano passado. A apreensão de 500 plantas em Valpaços é a maior de sempre em Portugal

Desde o início de Janeiro até ao final de Julho a GNR apreendeu 65 quilogramas (kg) de 'cannabis' produzidas em plantações caseiras, como vasos em varandas ou quintais. Este volume representa mais do dobro do que foi detectado em todo o ano de 2008, cujas apreensões foram atingiram cerca de 30 kg. Além dos 65 kg (sementes e folhas já secas já prontos para consumo), que valem no mercado perto de 325 mil euros, nos primeiros sete meses deste ano fora apreendidas mais 862 plantas ou pés de cannabis ainda em estado de maturação. Cada planta destas, com cerca de 1,20 metros de altura vale cerca de 300 euros depois de tratada.

Estes valores vão ainda subir muito mais, uma vez que ainda não contemplam a maior apreensão de sempre de uma 'produção doméstica' desta droga, que foi a da passada terça-feira num pinhal em Valpaços (ver texto em baixo e fotos), que se destinava a ser exportada para Espanha. Fora das contas está ainda uma busca feita ontem pelo destacamento de Viana do Castelo,(ver caixa) no âmbito de uma investigação de combate à droga, que durava há seis meses, na qual os militares da GNR encontraram no apartamento de um dos suspeitos um quarto com 130 pés de cannabis em vasos e, noutra divisão da casa, um laboratório todo equipado com a mais moderna tecnologia, para transformação da 'erva' para ser comercializada.

O porta-voz oficial da GNR reconhece que "nas últimas semanas, principalmente neste mês de Agosto, este tipo de apreensões têm sido quase diárias". Um elemento da investigação criminal de Viana do Castelo, que tem estado envolvido em várias destas operações salienta que "a maior parte das plantações se destinam a consumo local, do próprio produtor ou apenas na sua zona, em pequena escala", ao contrário do que aconteceu nas duas últimas apreensões.

Segundo esta fonte, major Vaz Lopes, a maior parte dos 'produtores' são "jovens, alguns estudantes, mas há uma fatia significativa de indivíduos com registo de outros tipos de crime, como o furto".

Vaz Lopes não encontra uma razão concreta para justificar o aumento destas plantações. "Provavelmente porque se trata de uma droga mais leve e mais acessível em termos de preço", afiança, sublinhando, porém, que "a subida das apreensões é resultado da investigação da GNR".

De acordo com dados oficiais desta força de segurança, no primeiro semestre do corrente ano, o número de autos levantados por suspeita de plantações ilegais de cannabis aumentaram 39%.

Segundo o comandante da investigação criminal, tenente-coronel Albano Pereira, só entre Junho e Julho a GNR deteve mais de 20 pessoas suspeitas de cultivarem a planta. Este oficial assinala que a quantidade de plantas, folhas de sementes apreendidas daria para "muitos milhares de doses" e esclarece que se trata de um fenómeno "generalizado" a todo o país "que preocupa as autoridades.

Entre Janeiro e Junho foram levantados 32 autos e detidas nove pessoas. Em Julho foram detidas 13 pessoas. Até à mega-apreensão de terça-feira, umas das maiores tinha sido na zona de Santo Tirso, no âmbito da qual foram identificadas quatro pessoas (três homens e uma mulher) e apreendidas 70 plantas. A PJ não dispõe de valores deste tipo de apreensão. A PSP refere que apreendeu em 2008, cerca de 185 kg de liamba e este ano 3,6 kg, mas não especifica se dizem respeito apenas a plantações 'domésticas'. Segundo a ONU cerca de 190 milhões de pessoas no mundo consomem cannabis.

26.8.09

Correspondência com Gabeira

Essa é uma antiga troca de e-mails minha com o deputado Fernando Gabeira que merecia um post.
Leia começando do final.



Caro Daniel,

O site do deputado é atualizado diariamente. Os subsites - cidade sustentável e legalize - sempre que existe alguma novidade. Continue acompanhando nosso trabalho.
Um abraço,
Maria
Ass. dep. gabeira


Quoting Daniel Mafra :

> Prezado Deputado,
> Muito obrigado pela brevidade e objetividade da resposta.
> Sim, eu conheço o seu site sobre legalização, inclusive divulgo frequentemente seu conteúdo (tanto do E-Legalize quanto do Cidade Sustentável), apesar de que as atualizações têm sido cada vez mais escassas.
> Mas, se é que isso importa, pode saber que existe um cidadão um tanto quanto incomum que vive levantando essa bandeira (hoje em dia eu só defendo a legalização das drogas, desenvolvimento sustentável e a igualdade racial, nada mais) e que se legitima na sua luta, deputado.
> Na verdade te mandei esse e-mail antes do senhor divulgar sua atualização sobre Drogas e Violência. Por um momento eu achei que essa atitude do Governador do Rio de Janeiro seria tratada com descaso. É bom saber que continua na batalha, buscando caminhos para a legalização. Sua luta é muito importante. Pode ter certeza que o senhor tem respaldo popular para isso. Continue firme Deputado!
> Obrigado.
> Daniel Mafra.
>
>
> ----- Mensagem original ----
> De: "gabeira@netbotanic.com.br"
> Para: Daniel Mafra
> Enviadas: Sábado, 3 de Março de 2007 16:25:38
> Assunto: Re: Proposta de Sérgio Cabral
>
>
> Caro Daniel:
> Creio que houve um pequeno mal entendido. Nao me isentei da discussão.
> Apenas afirmei que era preciso apoiar o governador e estimulá-lo a
> reformular a polícia.
> Tenho feito esta discussão sempre e sou o unico a manter um site
> especifico sobre o tema. Veja por favor, www.gabeira.com.br/e-legalize.
> Estou apenas dando continuidade ao meu trabalho. Sempre falei em
> legalização e quando a vejo repetida na boca de um governante, minha
> obrigação é apoiá-lo e apontar as premissas para a legalização. Já não
> se trata mais, no meu caso, de debater a legalização e sim mostrar
> qual o caminho para se chegar a ela. Democraticamente. Outros
> defensores da legalização podem ter outras idéias. Dizer que me
> isentei talvez seja a raiz do nosso pequeno desencontro. Escolhi o
> tema para problematizá-lo no meu artigo semanal.E já marquei uma
> audiência com o governador Cabral para discutir o assunto.
> saudações
> Fernando Gabeira


> Quoting Daniel Mafra :
>
>> Saudações,
>>
>> Gostaria de saber o que levou o senhor deputado Fernando Gabeira,
>> pelo qual tenho grande respeito e admiração, a se isentar de entrar
>> na discussão sobre a legalização de algumas drogas proposta pelo
>> atual governador do estado do Rio de Janeiro.
>>
>> Sempre acompanhei o trabalho do deputado, acesso com frequência sua
>> página na internet, mas devo explanar a minha surpresa ao perceber
>> que, quando vemos no país uma grande repercussão sobre um assunto o
>> qual o deputado sempre tratou com bastante equilíbrio, só pude notar
>> uma manifestação de sua parte dizendo que o momento para se tratar
>> desse tema é "inoportuno".
>>
>> Sinceramente, como cidadão e eleitor, fiquei extremamente
>> decepcionado com a referida manifestação, uma vez que, ao meu ver, o
>> momento é de repercussão e deve ser aproveitado para uma maior
>> aprofundamento de um debate que o conservadorismno brasileiro nunca
>> pertmitiu que acontecesse de maneira honesta e sem esse
>> fascismozinho ordinário (como diria Michel Foucalt), tão comum na
>> nossa realidade.
>>
>> Talvez o momento seja realmente inoportuno para uma efetiva
>> legalização, mas ela só virá a partir de um debate profundo e maduro
>> que permeie toda a sociedade e que demanda um certo tempo. Devemos
>> aproveitar o momento e levar esse assunto para frente, devemos ouvir
>> vários lados. Se as nossas vozes não soarem, mais uma vez soarão as
>> vozes dos conservadores que têm medo da legalização ou que ganham
>> com a proibição.
>>
>> O sistema democrático brasileiro trabalha com a idéia de
>> representação e sempre falei em alto e bom tom que a sua figura é
>> uma das poucas, senão a única, que me faz sentir representado no
>> Congresso Nacional. Não abandone, deputado, aqueles que alimentam
>> suas esperanças por mudanças através de figuras como o senhor.
>>
>> Atenciosamente,
>> Daniel Mafra.

Entrevista com Ethan Nadelmann: "A reforma é inevitável"

Entrevista com Ethan Nadelmann: "A reforma é inevitável"

Colaborou: Marina Lemle

O Comunidade Segura entrevistou Ethan Nadelmann, especialista em política de drogas e diretor-executivo da Drug Policy Alliance, organização crítica do proibicionismo nos EUA. Nadelmann veio ao Brasil para o lançamento da pesquisa do Ministério da Justiça sobre o impacto da lei de drogas na população carcerária brasileira, como um importante representante do novo pensamento em política de drogas no seu país.

"O fato de o consumo de drogas continuar a crescer é prova de que a política proibicionista fracassou", disse Nadelmann. "A população precisa se conscientizar de que a atual política causa mais danos que o uso das drogas em si, e que agora precisamos de controles sobre o uso das drogas", completa.

Segundo o especialista, o clima já é de mudança no seu país: dois governadores - da Califórnia e de Nova York - já falam em abrir o debate e um senador da Virginia apresentou um projeto de lei para reavaliar o impacto da atual política sobre o sistema carcerário do país.

A legalização, a seu ver, é a solução para acabar com o mercado negro de drogas, bloquear o acesso dos traficantes a vastas fortunas, além de desfazer nos dependentes químicos a ilusão de que o usuário de drogas é um rebelde.

Nadelmann acredita, ainda, que, juntamente com o crescente uso de drogas ilícitas, a utilização de substâncias psicoativas da indústria farmacêutica já é um fato consumado. É hora de uma tomada de posição. Apesar de implicar em um processo possivelmente lento e confuso, "uma reforma da política de drogas é inevitável", disse Nadelman.

O senhor é a favor da legalização de todas as drogas ou apenas algumas? Como seria o processo de legalização?

Eu acho que não existe alternativa ao processo gradual. Nos EUA, quando acabamos com a proibição ao álcool, foi bem dramático. A respeito da questão de quais drogas legalizar, eu sou a favor da legalização de algumas, mas não todas as drogas. Tampouco recomendo que todas as drogas sejam tratadas como o álcool e o tabaco. É possível tornar legalmente disponíveis algumas drogas que hoje são ilegais, mas de maneira muito mais restrita. Os dependentes químicos receberiam drogas apenas através de clínicas.

Ou seja, há formas de se reduzir o mercado negro e transferir o mercado da ilegalidade para a legalidade. Mas eu também não recomendo que o crack, a cocaína e as drogas em geral sejam vendidas como o álcool e os cigarros.

A descriminalização do uso de drogas ilícitas não levaria a um aumento do uso de drogas?

Não porque a descriminalização se resume essencialmente a acabar com as penas criminais por simples uso ou posse. Por outro lado, ao torná-las legalmente disponíveis, é possível que exista um risco de aumentar o número de pessoas que usam drogas. Mas é importante entender que a legalização resultaria em mais pessoas usando drogas, mas menos pessoas sofrendo danos por causa delas.

Poderia explicar?

Se, por exemplo, se eu tivesse que escolher entre uma sociedade em que um milhão de pessoas são viciadas em heroína ilegal, comprando suas drogas no mercado negro, sustentando a indústria do crime, sendo contaminadas com HIV ou hepatite C por causa de seringas não-esterilizadas, sujeitas a overdose, e talvez roubando para sustentar seus hábitos. Ou, por outro lado, um mundo em que dois milhões ou até mesmo três milhões de pessoas usem heroína, mas de uma fonte que esteriliza as agulhas, sem o risco de contrair ou difundir o vírus do HIV ou a hepatite C, sem o risco de ter uma overdose - porque os usuários conhecem as drogas que compram, sem pagar o preço dos mercados negros, e sem sustentar criminosos, diria que mais usuários legais de drogas pode ser mais vantajoso para a população que um grupo menor de usuários ilegais.

Como é que a descriminalização afetaria os mais jovens?

Acredito que o jovens já têm um acesso muito fácil a drogas como a maconha. Não imagino que a legalização leve a um aumento no uso de maconha entre os jovens. Pode ser que aumente o uso entre as pessoas mais velhas, mas não entre os jovens.

O uso de drogas caiu em Portugal desde 2001 graças à descriminalização do uso e a investimentos em políticas preventivas. O senhor acredita que essa é uma solução?

Portugal é um ótimo modelo. E é bom, porque, por muitos anos, falamos na maioria das vezes sobre os Países Baixos e a Suíça como modelos. É bom ver que Portugal tem se destacado na liderança na descriminalização da posse para uso pessoal de todas as drogas, sob uma abordagem de saúde pública.

E por que houve essa queda no uso de drogas em Portugal?

Essa queda relatada do uso e abuso de drogas em Portugal me lembra do que aconteceu nos Países Baixos. Os holandeses afirmam que, quando descriminalizaram a maconha, conseguiram tornar a maconha sem graça, chata. Ela perdeu sua atração.

Do mesmo modo, se olharmos para a Suíça, por exemplo, onde muitos dependentes obtêm sua heroína legalmente nas clínicas, vemos que lá o mercado negro de heroína perde seu dinamismo, não é mais a droga dos rebeldes. Se você pode ir a uma clínica para consegui-la, então para que usar drogas nas ruas? É um lado da descriminalização... Da mesma forma que reduz as penas e, às vezes, torna as drogas fáceis de se obter, também reduz o apelo da ilegalidade - reduz a sedução de "fruto proibido" da droga.

Se a legalização oferece melhoras na qualidade da droga, quais seriam as conseqüências?

Para muitos dependentes da heroína, quando finalmente têm a oportunidade de obter a droga legalmente - como na Suíça, nos Países Baixos, na Alemanha, e no Canadá - é a primeira vez que se olham no espelho e se perguntam "por que estou fazendo isso?". É quando muitos deles percebem que o vicio para eles é não tanto a droga, mas o estilo de vida como transgressão - isso se torna uma razão para sair da cama de manhã, dá sentido a vida... Quando eles podem ter sua heroína de graça ou a baixo custo de uma fonte legal, é como se eles perguntassem a si mesmos: "o que é que eu estava pensando? Por que eu estava fazendo isso?".

E o mesmo se aplica a maconha?

Bem, a maconha é um pouco diferente, porque a maconha é...

Menos proibida?

Sim, e grande parte das pessoas não constroem seu estilo de vida ao redor da maconha. Para muitas pessoas, a maconha é mais semelhante ao álcool, é algo que se usa para relaxar, ocasionalmente... E do mesmo modo em que há os dependentes, como há pessoas dependentes do álcool, e embora esse vício possa ser um problema sério, ele não leva à morte, não está associado à violência. Claro que não é bom ser viciado, mas a maconha é uma das drogas menos perigosas do ponto de vista da dependência.

O senhor recomenda a legalização do comércio de drogas? Qual é a lógica de se descriminalizar o uso de drogas, mas não o comércio?

Seria bom ir diretamente da proibição à regulamentação, mas o processo político não permite isso. Inevitavelmente, este vai ser um processo gradual, e cheio de contradições. A evolução da reforma da política de drogas exige primeiro, que descriminalizemos e legalizemos a posse para uso pessoal. O que gera um conflito com a proibição criminal sobre a venda. É uma tensão necessária para se progredir politicamente. Não há alternativa a não ser atravessar a fase absurda em que a posse é descriminalizada, enquanto a venda continua a ser criminalizada.

E como seria o processo de legalização da venda?

Eu defendo a regulamentação das drogas. Precisamos de uma regulamentação sensata e pragmática. Acredito que precisamos taxar e controlar as drogas que são ilegais hoje, a maioria delas. Isso significa limitar sua disponibilidade, exigir licença de quem vende. Deve ser permitido o cultivo de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal do mesmo modo que é lícito guardar bebidas alcoólicas em casa. Mas, no caso de venda a terceiros, seria preciso uma licença, supervisão e garantia de qualidade.

E as taxas?

É bem interessante: há algumas semanas, em Oakley, Califórnia, o público aprovou um referendo para introduzir impostos sobre maconha para uso medicinal. E o referendo foi apresentado pelas pessoas que vendem essa maconha. É um exemplo bastante raro de pessoas lutando pelo direito de pagar impostos. Quem luta pelo direito de pagar impostos? No caso deles, é um elemento de legitimização.

O senhor acha que um processo de legalização seria demorado ?

Bem, eu gostaria que tudo fosse baseado na ciência e na discussão racional... Infelizmente, como em qualquer evolução política, vai ser complicado com muito vai-e-vem. Assim como qualquer movimento por liberdade e justiça, à medida que ele cresce, as pessoas divergem, porque isso faz parte da natureza humana.

A discussão atual sobre questões como o tipo de manifestações públicas, "deve haver uma marcha da maconha? Deve haver protesto público?", ou de linguagem "devemos usar a palavra 'legalizar' ou não, apenas descriminalizar?“ Vai sempre gerar debate... Isso vai se encaminhar para o processo político, com toda a negociação do processo legislativo. Então o processo de reforma vai ser lento, vai ser confuso, mas é inevitável.

Inevitável significa daqui a quantos anos?

É impossível dizer. Se voltássemos no tempo até 1800 e perguntássemos quando a escravidão iria ser abolida, alguns responderiam "nunca" e outros, "em cinco anos". E, de fato, levou poucos anos em alguns países, e, em outros, três ou quatro gerações. Então não sabemos. Temos uma certeza: a proliferação de drogas psicoativas, em sua maioria, drogas farmacêuticas, é inevitável.

Então o crescente uso de drogas não se limita às substâncias ilícitas?

O uso e o abuso de drogas vão levar cada vez mais às drogas farmacêuticas. Isso vale tanto para as drogas que são prescritas legalmente pelos médicos quanto para as drogas desviadas ilegalmente por pacientes e farmacêuticos. Mas esse é o futuro. De forma que não vamos ter alternativa a não ser descobrir como conviver com isso, como reduzir os danos. E esse é um problema para o qual as leis criminais são particularmente mal articuladas.

A única alternativa vai ser contar cada vez mais com uma regulamentação sensata, consumidores mais conscientes. E essa abordagem vai levar diretamente a estratégias para drogas como a heroína, a maconha, a cocaína e entre outras.

A legalização ajudaria a reduzir a violência em cidades afetadas pelo tráfico?

A legalização ajudaria de maneira significativa, porque seria possível obter drogas nas clínicas, farmácias e lojas. Ninguém iria a uma favela para comprar suas drogas ilegalmente. O mercado ilegal desapareceria com o tempo.

O senhor recomenda a legalização para o Brasil?

Sim, é essa a direção a seguir. É importante encontrar diversas maneiras de permitir às pessoas que querem - ou são dependentes e por isso precisam – obter suas drogas de fontes legais. Isso não significa que você deve equiparar essas substâncias ao álcool ou tabaco, mas que precisamos ser criativos ao competir com e minar o mercado negro.

E o que fazer com os traficantes?

No início dos anos 30, quando o debate sobre a proibição do álcool estava acontecendo havia essa preocupação com os traficantes de álcool, Al Capone, e os outros. E você sabe o que aconteceu? Muitas pessoas que faziam bebidas alcoólicas ilegalmente, em seus quintais, simplesmente pararam suas atividades com a legalização.

Um segundo grupo estava ligado às oportunidades que surgem com o mercado negro. Estavam envolvidos no crime por causa do lucro fácil. Alguns deles tentaram migrar para outros crimes, mas nada era tão lucrativo e tão fácil quanto o álcool, (e o tráfico de drogas). O resultado foi que muitos perderam o interesse e abandonaram as atividades... Por fim havia aqueles criminosos "comprometidos" e, com a legalização, tentaram se envolver na distribuição legal. Eles extorquiam dinheiro de donos de bar e distribuidores.

Por isso imagino que alguns dos narcotraficantes optariam por esse caminho. Tentariam se envolver no ramo legal, ou, talvez, em outros crimes, que eles já praticam de qualquer jeito. Mas eu acho que não há nada que dê tanto dinheiro ilegal, nada que tenha um mercado negro tão dinâmico. Não há nada tão fácil de acessar como o mercado ilegal de drogas. Então, se não houver mais esse mercado, pois as drogas se tornariam legais, acarretaria em uma perda de bilhões de dólares no Brasil, dezenas de bilhões de dólares nos EUA, e centenas de bilhões de dólares no mundo. Fortunas que deixariam de sustentar o mercado negro.

A legalização nos EUA está ganhando força?

Bem, a legalização da maconha está agora se tornando uma possibilidade real. Como eu mencionei, o governador Schwarzenegger, da Califórnia, disse que precisamos de um debate. O governador Patterson, em Nova York, disse a mesma coisa. Há um senador de Virginia, James Webb, que é bem conservador e introduziu um projeto de lei para criar uma comissão para pesquisar como a guerra às drogas afeta o problema da superpopulação das prisões. Quando lhe perguntaram sobre a legalização, ele respondeu que "todas as opções devem estar sobre a mesa".

Os EUA estão no início de um debate muito mais sério e centralizado sobre a legalização da maconha. Com relação às outras drogas os debates devem enfocar medidas de redução de danos, clínicas para obtenção de heroína, por exemplo.

Se o uso de drogas está aumentando na América Latina, como convencer a sociedade a legalizar ou mesmo a descriminalizar o consumo?

Primeiramente, se o consumo de drogas cresce, é uma prova adicional de que a proibição fracassou. Se funcionasse, o consumo estaria caindo, e ele não está. Em segundo lugar, o público precisa entender que há dois problemas: um é a questão do abuso de drogas, e outro é diz respeito à política de proibição. Quando a mídia começar a associar a proibição e a criminalização como parte do problema, o público vai entender melhor. E é aí que o público vai entender que o uso de drogas varia, mas o mais importante é gerenciar isso do melhor jeito possível para reduzir os problemas das drogas e reduzir os problemas das nossas políticas de drogas.

O público precisa entender como funciona a política de drogas?

Como eu disse, para a maioria das pessoas que usa maconha, a maior ameaça para suas vidas e sua saúde não vem do uso da maconha, mas das leis que regem o uso da maconha. Para muitas pessoas envolvidas com a cocaína - que pode ser uma droga muito mais perigosa -, os danos da ilegalidade são ainda maiores que os danos do uso da droga.

Outra coisa a se pensar é que se a cocaína se tornar legal, o seu uso iria se diversificar... Há o chá de coca que contém cocaína, não é um problema. Coca-cola costumava conter cocaína, e não era um problema. Havia um vinho chamado Vin Mariani na França que continha cocaína. Esse não é o problema. Se fosse legalizada, é possível que ela seja usada de outros modos.

Em alguns lugares, as pessoas beberiam chá de coca, ou mascariam chiclete de coca durante a tarde. E talvez até vá competir com o café expresso. Não é como se todo mundo fosse começar a usar a cocaína aspirada ou injetável. A maioria das pessoas não quer injetar drogas, não quer fumar crack, legal ou ilegalmente, e não quer colocar pó pelos seus narizes. A maior parte das pessoas prefere consumir drogas de modos que sejam menos destrutivos para suas vidas.

Tradução: Pedro Vicente

Fonte: http://www.comunidadesegura.org/pt-br/MATERIA-a-reforma-e-inevitavel

Protesto nas Nações Unidas



19/08/2009
Protesto nas Nações Unidas – CND 2009

Cartazes do protesto em Viena na entrada das Nações Unidas, na manhã da inauguração da reunião da Comissão de Narcóticos,março de 2009.



“Meu nome é Diana. Sou uma enfermeira. Vivo com meu marido e meu filho. Temos dois cachorros. Eu trabalho bastante. Vou começar a cumprir uma pena de quatro meses de prisão por posse de maconha.”



"Meu nome é David. Sou um professor. Vivo com minha namorada num apartamento novo, que compramos financiado. Na semana que vem vou cumprir seis meses de prisão por posse de maconha."


Fonte: Transnational Institute

Agrônomos aumentam produtividade da maconha no Paraguai

Agrônomos aumentam produtividade da maconha no Paraguai
Publicado por Edson Fonseca
24-Ago-2009 12:00

fonte: http://jornale.com.br/content/view/21963/55/


Novas técnicas teriam aumentado a produtividade em até 250%



Assessorados por engenheiros agrônomos a serviço do tráfico, narcoagricultores da região de fronteira seca entre Paraguai e Mato Grosso do Sul estão melhorando a produtividade e a qualidade da maconha colhida, elevando em até 250% os ganhos com a atividade. Foi o que publicou, neste final de semana, o jornal ABC Color, do Paraguai, cujo correspondente em Pedro Juan Caballero, Cándido Figueiredo, conheceu uma das plantações e pôde acompanhar, com detalhes, as explicações sobre o novo método de colheita da erva.



A diferença entre a "maconha tradicional" e a "nova maconha" ocorre, precisamente, no momento da retirada. Ao invés de arrancar as folhas com as mãos, os narcoagricultores cortam parte do caule da planta e deixam-a secando por vários dias, até proceder à colheita definitiva.



Dessa forma, obtém-se o aumento do percentual de Tetrahidrocanabinol (THC), substância responsável pelo teor alucinógeno da droga. O novo método permitiria a colheita de uma maconha de "melhor qualidade" e a obtenção de melhores preços no momento da venda aos "distribuidores".



"Temos engenheiros agrônomos que nos orientam", admitiu "João", capataz brasileiro de uma narcoestância situada nas imediações de Capitán Bado, divisa com Coronel Sapucaia (MS), em entrevista ao ABC Color.



Segundo "João", tais engenheiros são profissionais brasileiros, tais como os financistas da produção. Questionado sobre o temor à descoberta das lavouras e à prisão dos trabalhadores envolvidos, o capataz foi franco e direto em sua resposta.



"Ninguém vai matar a galinha dos ovos de ouro. Nós trabalhamos e todas as autoridades da região se beneficiam, é como uma grande cooperativa", comparou.

23.8.09

Governo quer mudar Lei das Drogas

O debate prossegue...

do Conjur

Por Filipe Coutinho

"A sociedade e o Congresso têm que entender que estamos prendendo os peixes pequenos, agravando a situação deles e deixando soltos os grandes traficantes.” Com esse argumento, o deputado Paulo Teixeira (PT/SP) pretende enfrentar nos próximos meses uma batalha polêmica na Câmara dos Deputados: permitir o plantio de maconha para o usuário e estabelecer penas alternativas para o pequeno traficante. Para isso, Teixeira se vale de um estudo encomendado pelo Ministério da Justiça que mostra, na prática, que a polícia pouco se dedica a prender os grandes traficantes. Segundo o deputado, a nova lei pode mudar essa situação e deixar ainda mais clara a descriminalização do usuário, a ponto de ser permitido fumar maconha no meio da rua.

A opinião de Paulo Teixeira ainda não é a posição oficial do governo Lula. Teixeira foi o único parlamentar a participar da discussão dentro do governo, na tentativa de mudar a Lei 11.343/06. Nessa semana, começou o ciclo de de debates da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. O grupo heterogêneo, composto por especialistas e representantes de setores interessados, tem entre seus membros a ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie. Paulo Teixeira é o representante do Congresso.

Os números da pesquisa revelam que a maioria dos presos é constituida por réus primários, que foram presos sozinhos, com pouca quantidade de drogas e não tem associação com o crime organizado. “Nós pegamos todo o aparato policial para prender, todo o aparato judicial para julgar e administramos a prisão de todas as pessoas em penas pesadas. Minha pergunta é: é essa a preocupação que a sociedade tem? Me parece que não. A sociedade está preocupada com o grande traficante e a violência do tráfico”, explica o deputado.

O tráfico de droga representa a segundo maior incidência de condenações nos presídios brasileiros, com 69.049 presos, atrás somente de roubo qualificado. O estudo da secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça foi feito em parceria com a Universidade de Brasília e Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre março de 2008 e julho de 2009. Os pesquisadores analisaram 1.074 acórdãos ou sentenças, nos Tribunais de Justiça do Rio e Brasília, além de Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. No total, o estudo do Ministério da Justiça apurou que 55% dos presos são réus primários

Não compre, plante
O deputado acredita que a atual lei não diferencia o grande traficante do “peixe pequeno” e, por isso, as políticas públicas estão “desfocadas”. A ideia é dividir a lei em quatro tipos de agentes. Ao usuário comum, o deputado defende que a lei não deve enquadrá-lo na esfera penal. A revista Consultor Jurídico perguntou então sobre uma situação hipotética: o que deveria acontecer com quem estiver fumando um cigarro de maconha no meio da rua? O deputado foi incisivo. “Acabou, não tem o que falar. Ele pode”, diz. “A maconha não causa um problema social, do ponto de vista da violência. Não se pode tratar maconha como se fosse crack”, completa.

Como forma de desarticular o lucro com o tráfico, Paulo Teixeira defende também que seja dada a permissão para o usuário plantar “três ou quatros mudas” de maconha, para consumo próprio. Para isso, o deputado prevê políticas de controle e licença médica para evitar abusos. “Se a pessoa é usuária ocasional e não abusa ou tem problemas, ela pode plantar pequenas quantidades. O objetivo é separar o usuário do tráficante”.

A tentativa de permitir o plantio de maconha, com pesquisas e debates dentro do governo, mostra uma mudança de visão em relação à maconha nos últimos anos. Os integrantes da banda Planet Hemp, por exemplo, foram presos na década de 1990 por apologia às drogas. Hoje, a música se encaixa sob medida no discurso do deputado. “Não compre, plante. Chega de financiar essa máquina extorsiva.
De um lado o miserável, de outro o policial homicida”, diz uma das músicas da banda outrora censurada.

No Supremo Tribunal Federal, os ministros terão de decidir se a Marcha da Maconha e outras manifestações a favor da legalização da cannabis sativa é apologia ou liberdade de expressão. Para a Procuradoria Geral da República, autora da ação, defender a legalização da maconha é um direito. “O fato de uma ideia ser considerada errada pelas autoridades de plantão não é fundamento bastante para justificar que a sua veiculação seja proibida. A liberdade de expressão não protege apenas as ideias aceitas pela maioria, mas também aquelas tidas como absurdas e até perigosas. Trata-se de um instituto contramajoritário, da minoria”, diz a o texto da ação.

Peixe pequeno
Pela proposta do deputado, numa segunda categoria está o réu primário, com pequena quantidade de droga, desarmado e sem vínculo com quadrilhas. Esse caso, aliás, é o mais comum nas cadeias – de acordo com o estudo. Para esse grupo, a proposta é estabelecer primeiramente penas alternativas. “A atenção tem que ser dada para a organização criminosa. Quem usa arma, constrange, contrata menores, o foto tem que estar nesse grupo. A estratégia do traficante é não colocar a mão na droga e dar o trabalho sujo para jovens pobres. E a sociedade está aceitando o jogo deles. A polícia coloca os jovens na cadeia e o tráfico os substitui por outros”.

Os números corroboram a tese do petista. No Distrito Federal, por exemplo, o combate ao tráfico de drogas chegou a um anacronismo: a maior causa de aumento de pena (40%) foi justamente por causa de tráfico dentro dos presídios.

Numa terceira categoria, está quem vende e faz pequenos roubos para bancar o vício. Para esse caso, a ideia é dar tratamento médico e punir penalmente somente os reincidentes. “Quem comete o crime por vício, tem que ser primeiramente tratado. É uma doença”, diz o deputado. “A gente tem que tirar essa meninada do craque. Colocar na prisão só vai piorar a situação”.

Por fim, no quarto grupo entram os grandes taficantes, quem realmente comanda o tráfico e controla o mercado de droga. De acrodo com a proposta, a polícia e a legislação deve focar neles, para quem seriam reservadas penas mais duras.

Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de São Paulo, Texeira não entra pela primeira vez na polêmica sobre as formas de combate ao uso de drogas. Há 11 anos, quando era deputado estadual, foi autor da lei paulista que garante a distribuição de seringas aos viciados em heroína. Para convencer nichos conversadores do Congresso Nacional, o deputado explica repetidas vezes uma única tese: uma nova lei seria uma constatação da realidade brasileira. “Essa discussão não pode ser ideológica ou contaminada de valores morais. Temos que ser pragmáticos e focar nos resultados. Tem que ser um debate desapaixonado e técnico, só assim para convencer a sociedade”.

“Bagunça total”
Nas varas criminais do DF, quase 70% dos processos referem-se a presos com quantias inferiores a 100 gramas de maconha. No Rio de Janeiro, esse grupo de presos representa 50%. “A grande maioria dos presos atualmente por este delito está no nível inferior da hierarquia, e não tem ligação direta com crime organizado. Esse nível funciona como uma bagunça total, pois normalmente os seus agentes não têm advogado, guardam a mercadoria em casa, brigam com a família durante a prisão, além de ter a pobreza como característica”, afirma o estudo do Ministério da Justiça.

De acordo com o estudo, 88% dos réus nas varas estaduais e federais do DF e RJ foram presos em flagrante. A pesquisa aponta um desvio na atual lei, que dá amplos poderes ao policial. “Uma vez apresentado um preso em flagrante, o magistrado não terá condições de perceber como ocorreu a prisão, pois depende da palavra do policial”, afirma o estudo. “O formato da lei parece contribuir, quando estabelece tipos abertos e penas desproporcionais. O resultado dessa equação é que o Poder Judiciário aplica uma lei extremamente punitiva e desproporcional”.

Na cerimônia de divulgação do estudo, o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, também defendeu mudanças na lei. “O Brasil está em um processo de amadurecimento da legislação sobre drogas. A lei de 2006 representou um avanço, mas temos que continuar debatendo e ver todas as falhas. O resultado da pesquisa mostra que há questões a serem aperfeiçoadas. Novos caminhos surgirão com muito debate”.

O governo aguarda ainda o parecer do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) para decidir como será a redação final do projeto de lei. A expectativa é que o projeto comece a tramitar em setembro ou outubro. A repercussão de setores mais conversadores da Câmara dos Deputados ainda foi tímida. Um detalhe mostra que o projeto deve ter tramitação rápida. Se o governo Lula de fato quiser mudar a lei, terá pouco mais de um ano para aprová-lo. Afinal, 2010 é ano de eleição e tudo é incerto em relação à próxima legislatura e presidência da República.

Confira os principais pontos da proposta:

Como devem ser tratados os agentes da maconha:
►Usuário: retirar da esfera penal
►Pequeno traficante (réu primário, desarmado e sem relação com organizações): penas alternativas
►Viciado (quem comete pequenos roubos e vende droga para bancar o vício): tratamento médico
►Organização criminosa: punições duras

Providências:
►Diferenciar maconha das outras drogas
►Deixar mais claro as características do porte para uso próprio e para venda

22.8.09

IPVA IPTU

No Df, em 2009, a arrecadação der IPVA foi, pela primeira vez na história, maior que a de IPTU.
Daqui a pouco a gente abandona as casas e cede aos carros, para eles ficarem na sombra e não desgastar a pintura!

México descriminaliza posse de pequenas quantidades de droga

fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,mexico-descriminaliza-posse-de-pequenas-quantidades-de-droga,422581,0.htm

CIDADE DO MÉXICO - O México descriminalizou nesta quinta-feira, 20, a posse de pequenas quantidades de maconha, cocaína e heroína, em um movimento do governo para focar a batalha contra os traficantes de droga. Promotores dizem que a nova lei estabelece limites claros, tornando mais difícil para policiais corruptos extorquirem usuários casuais. Também oferece tratamento grátis aos dependentes, para manter o uso doméstico de drogas sob controle.



A nova lei define a quantidade máxima de drogas para "uso pessoal", incluindo também o LSD e metanfetaminas. Pessoas presas com essas quantidades não enfrentarão mais um processo criminal. "Isto não é legalizar, mas regular o problema e dar aos cidadão maiores certezas legais", disse Bernardo Espino del Castillo, da advocacia geral.



Castillo disse que, na prática, usuários de poucas quantidades não chegavam a enfrentar acusações. Sob a antiga lei, a posse de qualquer quantidade de droga era punível com prisão, mas havia brechas legais para dependentes químicos pegos com pequenas doses.



Contudo, policiais por vezes extorquiam os suspeitos, fazendo ameaças de longas penas de prisão caso a pessoa não pagasse propina. "O ruim é que isso ficava sob o critério do delegado, o que poderia abrir a porta para corrupção ou extorsão", disse Castillo.



A quantidade máxima de maconha para uso pessoal na nova lei é de 5 gramas - o equivalente a aproximadamente quatro cigarros. O limite é de meia grama para a cocaína, o que equivale a cerca de quatro doses. Para as outras drogas, o limite é de 50 miligramas de heroína, 40 miligramas de metanfetaminas e 0,015 miligramas de LSD.



O governo enfatizou que é necessário diferenciar os dependentes químicos e usuários casuais dos traficantes, cujas batalhas violentas contribuíram para a morte de mais de 11 mil pessoas desde que o presidente Felipe Calderon tomou posse, em 2006.

18.8.09

correspondências virtuais com políticos II

Essa foi a troca de e-mails com o dep. Paulo Teixeira sobre o post aí abaixo...

2

Caro Daniel

Obrigado pela sua mensagem.
Vou postá-la no meu blog.
abraços
Paulo


----- Mensagem encaminhada ----
De: Daniel Mafra
Para: dep.pauloteixeira@camara.gov.br
Enviadas: Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009 9:33:20
Assunto: Regulamentação da Maconha

Prezado Deputado Paulo Teixeira,

É de iniciativas como a sua que o Brasil encontra-se carente.
Precisamos de mais honestidade no trato com os temas mais graves de nossa sociedade, e a questão das drogas é um desses temas. Nunca houve na história da humanidade uma sociedade livre de drogas (até onde se sabe apenas os esquimós não faziam uso de alteradores de consciência - possivelmente pela completa ausência deles em seu território).
A sociedade moderna está repleta de drogas ilegais, e a proibição não impede ninguém, absolutamente ninguém de usá-las!
Regulamentar o uso e o auto-cultivo da maconha é um passo fundamental na construção de uma sociedade mais justa.
Apenas um passo, pois a fonte de dinheiro ilegal dos traficantes deve ser eliminada e isso só acontecerá com a legalização total de todas as drogas.
Ao contrário do que a mídia e alguns políticos hipócritas dizem, a sociedade brasileira não está preparada para a proibição, pois isso exige um senso de responsabilidade civil e respeito os quais o Brasil não conta e nem contará!
A própria sociedade não deseja um mundo sem drogas, e o Brasil deve andar na mão dos países democráticos e com justiça social, como os países da Europa. O mundo caminha para isso!
É bom saber que existem pessoas de bom senso no Congresso Nacional.
Essa luta não é só sua, mas de toda a sociedade.

Cordialmente,
Daniel Mafra

correspondências virtuais com políticos

Seguem colados alguns e-mails que eu troquei com o senador Magno Malta. A leitura deve ser feita de baixo para cima (ou quase isso!)



Estimado Senador,

Obrigado pela sua resposta. É bom saber que o senhor está aberto ao diálogo com a população que representa.

Pois bem, no meu entendimento, o senhor tem o direito de ter qualquer opinião, seja ela religiosa ou de qualquer outra natureza. Mas sua opinião pessoal não pode interferir no seu trabalho parlamentar, que não é só para o senhor, mas para milhões de pessoas diferentes.

Porém o senhor tocou nos pontos fundamentais da quesão das drogas no Brasil.

1. O senhor afirma que já foi usuário. Pode-se inferir aí duas premissas básicas: A primeira é que a proibição não impediu que o senhor tivesse acesso as drogas (ou seja, a proibição não funcionou para o senhor e nem funciona para ninguém) e a segunda é que as drogas não te deixaram debilóide, como muitos costumam argumentar, o que pode-se comprovar pelo seu cargo atual.

2. "Os holandeses não são os principais consumidores das drogas". Isso comprova que o fato de que com algumas drogas legalizadas não existe fila para se usar. Não há uma correria desenfreada pelos narcóticos só porque são legalizados. Só há muitos consumidores estrangeiros porque o que o que eles procuram na Holanda é exatamente o que queriam em seus países: qualidade e segurança. Chega a ser cômico ouvir alguém falar que um país com a qualidade de vida dos países baixos está errado porque as drogas ou a eutanásia são legalizados.

Até a polícia holandesa transmite uma certa tranquilidade quando você vê um policial sorridente pedalando por bairros como o Red Light district. Ele sabe que a lei que cumpre faz sentido e não está embasada em moralismos religiosos.

Normalmente o que guia a opinião dos que são contra a regulamentação de drogas, prostituição, eutanásia, aborto, entre outros, são fundamentalismos religiosos. O mesmo princípio que permite, em alguns países da África e do médio oriente, que as mulheres sejam mutiladas cortando seu clitoris.

Fundamentalismo esse que faz com que alguns se suicidem achando que vão mudar alguma coisa no mundo matando inocentes em transportes aéreos ou terrestres com bombas presas ao corpo em atentados.

O fundamentalismo religioso acaba fazendo isso mesmo Senador: perde-se um pouco do senso do que é certo e errado.

Mas faça assim, continue lutando pela proibição das drogas (essa mesma, que não funciona para ninguém!!!), e vamos manter as velhinhas peladas e humilhadas na porta das cadeias ao visitar seu filho pé rapado que tinha meio quilo de maconha pra vender.

Atenciosamente,

Professor Daniel Mafra.

ps:

Obrigado pelo convite, mas vai ficar para outra oportunidade.



De: Sen. Magno Pereira Malta
Para: dfmafra@yahoo.com.br
Enviadas: Segunda-feira, 25 de Maio de 2009 19:38:06
Assunto: Resposta ao email

Prezado Daniel,
cumprimentando-o cordialmente e em resposta ao seu e-mail venho, em primeiro lugar, esclarecer que sou um Senador eleito como representante do Estado do Espírito Santo, portanto, um Senador brasileiro. Não tenho o poder de legislar em outros países como a Holanda, que V.Sa. cita. A minha alçada é restrita às fronteiras brasileiras. A minha posição contra a maconha e/ou contra qualquer droga alucinógena é rígida e frontalmente contrária a liberalização. Posso falar porque, assim como você, um dia fui usuário e consegui abandonar o vício através da presença constante de Nosso Senhor Jesus em minha vida. Mantenho em funcionamento uma clinica de recuperação em Cachoeiro de Itapemirim que tem dados bons resultados para aqueles que querem se tratar. Convido-o a conhecê-la caso tenha, ao menos, curiosidade em saber como as pessoas podem se livrar das substancias alucinógenas ou visitar o www.projetovemviver.com.br . Todos sabemos bem que na Holanda o uso de drogas, a eutanásia e o casamento entre homossexuais são legais. A maconha e o chá de cogumelos, os magic mushrooms, são vendidos livremente e têm efeito alucinógeno. Pode ser que V.Sa. não saiba que os holandeses não são os principais consumidores e reclamam da fama de maconheiros que lhes é atribuída por conta dos estrangeiros que visitam ou moram na cidade que se tornam um grande problema com seus abusos. Muita gente vai em Amsterdã para “ficar doidão” e acaba passando bem mal. A decisão de legalizar as “drogas leves” foi uma tentativa de diminuir o consumo de “drogas pesadas”, em especial a heroína. O consumo de maconha aumentou bastante, o de heroína caiu muito pouco. Alem do mais com situações culturalmente tão diferentes não se pode pensar em simplesmente copiar uma solução entre países tão diversos. Em Volendam, vale a pena V.Sa. verificar, existe uma associação chamada “Mães Corajosas” que tentam tirar seus filhos do consumo e impedir que os mais novos comecem. Porque mesmo num país onde é legalizado, a maioria dos pais não quer saber de seus filhos consumindo drogas não é mesmo? Ainda que eles mesmos tenham, um dia, feito uso. É inacreditável como se acaba perdendo um pouco do senso do que é certo e errado. Assim são os homens, usuários de drogas, capazes de realmente enlouquecer na busca de uma maneira fantástica de sustentar o próprio vicio.

Que Nosso Senhor Jesus guie seus passos.
Atenciosamente,
Senador Magno Malta

Prezado Senador,
Seu posicionamento sobre a legalizacao da maconha e sobre a atitude do ministro Carlos Minc envergonham o Brasil.
Estou te enviando esse email de Amsterdam, capital da Holanda, uma das maiores qualidades de vida do mundo, para te dizer que aqui nao fica nenhuma velhinha pelada na cadeia porque ninguem vai preso por causa da maconha. Ela nao mata. Alias, vossa senhoria deveria passar uns dias aqui para ver o que e uma cidade boa... muito melhor que Curitiba.
O Brasil so esta na situacao de atraso em que se encontra por causa de pessoas de mentalidade como a sua.

Atenciosamente,
Daniel Mafra.

ps: faltam os acentos por causa do teclado europeu.


Revisão da lei de drogas pode liberar plantio de maconha

Jornal da Tarde, 16 de agosto de 2008

Proposta polêmica é estudada pelo deputado federal Paulo Teixeira, do PT, no projeto de revisão da Lei Antidrogas, que vai ao Congresso. Uso e porte de pequenas quantidades do entorpecente podem deixar de ser crime

DANIEL GONZALES

O governo federal planeja fazer mudanças na Lei Nacional Antidrogas, de 2006, por meio de um projeto de lei que será apresentado à Câmara dos Deputados até o fim deste ano. Uma das novidades que poderão fazer parte do projeto, segundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), um dos interlocutores do governo sobre o assunto, é a autorização legal para o plantio de pequenas quantidades de maconha, droga considerada leve, para consumo próprio – o que hoje é crime, punido com prestação de serviços à comunidade e multa.

Segundo o deputado, que vai apresentar o projeto no Congresso Nacional (provavelmente em outubro), a principal meta será descriminar o uso e a posse de quantidades irrisórias de entorpecentes, afastando esse tipo de usuário da esfera penal. Hoje, as condutas também são consideradas crimes de tráfico e, conforme ele, faltam à lei critérios claros para separar os traficantes dos usuários eventuais.

“Queremos abrandar as penas ao pequeno usuário, retirando-o da órbita penal”, explica Teixeira. “Não se trata de legalizar drogas, mas de regulamentar o assunto e não deixar o consumidor se ligar à criminalidade. Passaremos a vê-lo como necessitado de tratamento”, acrescenta.

Há parlamentares que discordam dessa proposta. É o caso do senador paulista Romeu Tuma, do PTB (veja ao lado). A liberação do autoplantio de maconha também encontra certa resistência em setores da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e Conselho Nacional Antidrogas (Conad), vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República – instâncias que também discutem a revisão da lei. O Ministério da Justiça estuda penas mais rígidas para quem for preso por comprar drogas de crianças.

“Se a pessoa plantar para consumo próprio, automaticamente se quebra o vínculo dela com o crime, o grande traficante”, analisa Teixeira. “Hoje, a lei brasileira em vigor há três anos não prevê prisão para quem cultiva a maconha. A conduta, porém, é crime e enseja multa e punição como prestação de serviços comunitários.”

A proposta, diz o deputado, é inspirar a futura legislação brasileira nos modelos português e holandês. O primeiro país descriminou o uso de drogas em 2001 e passou a punir essas pessoas com sanções administrativas, como encaminhá-las a grupos de “convencimento” para que o uso seja abandonado ou para tratamento médico, no caso de vício. As estatísticas do governo português mostram que o consumo caiu 10%. Já a Holanda permite a venda controlada de maconha, assim como o consumo.

“Deixar de incriminar o consumidor já seria um grande avanço. É bem mais inteligente buscar a abordagem no campo da saúde pública do que usar a lei penal. E também permitiria direcionar as energias para o combate ao grande tráfico”, entende Cristiano Maronna, pesquisador do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip).

Perfil dos condenados

Encomendada pelo Ministério da Justiça, uma pesquisa conduzida pelas professoras Luciana Boiteux, especialista em direito penal da Universidade Federal do Rio (UFRJ), e Ela Wiecko, da Universidade de Brasília (UnB), foi apresentada no início deste mês. O levantamento mostrou que a maioria dos presos por tráfico (70%) é composta de réus primários, com base em 730 sentenças de condenação proferidas por juízes do Rio de Janeiro e Distrito Federal. Metade foi condenada por posse de maconha e 84% não tinha arma de fogo. Setenta mil pessoas estão nas cadeias brasileiras, hoje, por crime de tráfico de drogas.

“O objetivo foi medir a aplicação prática da lei. E a pesquisa mostrou que ela chega principalmente aos pequenos”, diz Luciana, que participa do grupo de discussão da Secretaria Nacional de Drogas (Senad). A pesquisadora defende uma lei com clareza maior para separar, em categorias, usuários, pequenos e grandes traficantes, também com punições diferenciadas.

Esse debate é urgente e necessário.


fonte: http://www.pauloteixeira13.com.br/wordpress/?p=294

17.4.09

MACONHA: política severa não reduz o consumo.


do Sem Fronteiras

Acaba de ser publicada uma pesquisa surpreendente sobre consumo lúdico-recreativo da erva canábica e dos seus derivados. Ela foi realizada na Holanda, no Canadá e nos EUA. Foram ouvidos 5 mil jovens adolescentes, entre 14 e 15 anos de idade.A pesquisa seguida de análise é do respeitado International Journal of Drug Policy.Depois de coletados os dados realizou-se uma comparação entre os países pesquisados, à luz das políticas sobre a maconha.
Um parêntese.
Na Holanda, a venda de maconha é autorizada nos cafés desde 1964, para maiores de 18 anos e consumo no próprio estabelecimento: fora, é crime.Em cada residência podem ser cultivados de três a cinco vasos de maconha, para uso terapêutico, o que significa facilidade para desvio de finalidade, ou seja, emprego lúdico-recreativo.A meta da política holandesa foi afastar o usuário do traficante.No Canadá, a política é proibicionista com relação ao consumo lúdico-recreativo, mas sem grande rigor para com o usuário. Quanto ao uso terapêutico, o próprio estado fornece, mediante receita médica: há pouco ocorreram reclamações a respeito da qualidade inferior da maconha cultivada e disponibilizada pelo governo e isto para pressionar pela liberação da importação, como, por exemplo, a compra da cannabis do Marrocos.
Nos EUA, o proibicionismo é severo. Por lei federal, o usuário surpreendido na posse de droga para consumo próprio é levado ao chamado Tribunal para Dependentes Químicos. Aí, o acusado tem duas opções: (1) cadeia ou (2) tratamento. Se optar pelo tratamento e no curso dele ocorrer recidiva, vai para a cadeia. Terminado o tratamento e caso seja novamente surpreendido pela polícia não tem mais opção de tratamento fora do cárcere.
Fechado o parêntese.
Com efeito e diante da pesquisas do International Journal of Drug Policy:
..(a) nos EUA, 33% dos entrevistados do sexo masculino e 26% das entrevistadas do sexo feminino revelaram ter regularmente consumido maconha no ano anterior à pesquisa...(b) na Holanda, 29% dos adolecentes e 20% das meninas admitiram uso lúdico no ano anterior à sondagem...(c)no Canadá, os porcentuais foram de 32% entre meninos e 31% entre as adolescentes.
PANO RÁPIDO. Como se percebe pelo indicado na pesquisa comparada, –isto entre as políticas proibicionitas rigorosa (EUA), média (Canadá) e leve (Holanda)–, verifica-se que a severidade da política adotada, com lei criminalizante (usuário considerado criminoso), não reduz o consumo de maconha e derivados.A concepção norte-americana de que a ameaça contida na lei criminal reduz a demanda já faliu faz anos, haja vista que os norte-americanos são os campeões mundiais de consumo de drogas proibidas: de todas as espécies, ou seja, da maconha à cocaína, do ópio às drogas sintéticas (produzidas em laboratórios).
Pelos resultados, salve artes de Procusto, o proibicionismo não inibe o consumo e a descriminalização não o encoraja, entre jovens que cursam escolas e recebem informações. Lógico, para os desinformados e de baixa escolaridade a descriminação encorajaria, de maneira bem semelhante ao que ocorre com o álcool e o tabaco.
Como concluíram os pesquisadores, “ não existem provas de que o proibicionismo dos EUA proteja mais do que a política canadense ou a da liberação holandesa”.
–Wálter Fanganiello Maierovitch-

9.4.09

Senadores gastam média de R$ 6.000 mensais em celular

Isso daqui oiôôô... é um pouquinho de Brasil aiáááá...

a maconha é proibida mas esses caras fazem o que querem, inclusive cagar na cabeça do povo, que é o lado burro da história por votar neles!

eu que não ganho um terço desse salário de senador tenho que pagar meu celular. Tô fudido mesmo!

do Gabeira
O Senado gastou R$ 8,6 milhões com pagamento de contas de telefones celulares no ano passado, de acordo com dados do Siga Brasil (sistema de acompanhamento dos gastos de orçamento da Casa). Em média, o gasto por congressista foi de ao menos R$ 6.126 mensais, numa conta conservadora.Segundo a Secretaria de Telecomunicações do Senado, a Casa detém 232 aparelhos, dos quais 110 estão com senadores. Os demais, 122, são destinados a servidores com cargo de chefia. O responsável pela distribuição é o diretor-geral.Até março, o máximo que um funcionário do Senado podia gastar com celular era R$ 350 -para servidores com função comissionada número 9, a mais alta. No dia 18, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), rebaixou esse valor para R$ 300. Já para diretores com funções comissionadas números 7 e 8, o teto estabelecido foi, respectivamente, de R$ 200 e R$ 250. Senadores não têm limite de gastos.Levando-se em consideração o máximo que um servidor pode gastar, conclui-se que as despesas dos celulares dos servidores foram de R$ 512.400 em 2008. Portanto, o restante do total gasto pelo Senado, R$ 8 milhões, é referente aos 110 aparelhos dos congressistas -num cenário em que todos os servidores gastassem o teto da função mais alta. Dividindo o valor por 12 meses chega-se à conclusão de que os senadores gastaram em média R$ 6.126 mensais por aparelho.A Folha consultou as operadoras TIM e Vivo, que prestam serviço ao Senado, para saber quanto um cliente pessoa física pode falar ao celular gastando R$ 6.000 por mês. Pelo melhor plano, é possível usar o aparelho por 11 horas diárias por 30 dias em ligações no Distrito Federal. Naturalmente, o volume é apenas para fins de comparação, já que não faria sentido um senador só fazer ligações locais.Há oito dias, a Folha apresentou ofício encaminhado à Primeira-Secretaria e à Diretoria Geral da Casa solicitando informações sobre os gastos gerais do Senado e o valor da conta de cada senador.No documento, a reportagem ressaltou que a publicidade dos gastos na administração pública é direito estabelecido no artigo 37 da Constituição.Sem responder formalmente ao ofício, o diretor-geral, Alexandre Gazineo, afirmou que o pedido havia sido indeferido. Questionado, o primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou ser contra a divulgação dos dados.Em 18 de março, foi revelado que um celular em posse do senador Tião Viana (PT-AC) teria uma conta cujo valor "daria para comprar um carro popular". A conta ficou em R$ 14 mil, conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou ontem.Questionado, Viana -que foi candidato a presidente do Senado contra Sarney neste ano- admitiu ter emprestado um celular do Senado para a filha viajar ao México por duas semanas em janeiro.Para que o celular funcionasse, Viana enviou autorização em seu nome solicitando a liberação de chamadas internacionais. Mas não avisou que o aparelho seria usado pela filha.Na sexta-feira, o servidor Carlos Roberto Moniz foi exonerado do comando da Diretoria de Telecomunicações, cargo que ocupava desde 2004. Um dos motivos foi a elaboração de um relatório sobre "o mau uso dos celulares" pelos senadores.

Ator de 'Harry Potter' é preso por posse de maconha


Mais uma vítima da guerra contra a planta!

Olha a cara de perigoso do elemento!

Aonde será que os proibicionistas querem chegar????

Quem está ganhando com isso tudo???



O ator James Waylett, que interpreta o aluno Vincent Crabbe nos filmes da série Harry Potter, foi preso depois que a polícia encontrou maconha em seu carro e na casa de sua mãe, informou a Scotland Yard nesta quarta-feira (8).
Waylett, de 19 anos, foi detido na última quinta-feira no centro de Londres com um amigo.
"Dois jovens de 19 anos estavam no veículo. Ambos foram presos e levados à delegacia de polícia do Centro de Londres", indicou um porta-voz da Scotland Yard, acrescentando que agentes então revistaram a casa da mãe de Waylett, em Camden, norte de Londres.
"Os policiais encontraram algumas plantas que acreditam ser cannabis, e instrumentos para o cultivo", afirmou, explicando que os dois pagaram fiança e agora esperam pelo julgamento em liberdade.
Pelo menos dez pés de maconha, avaliados em 2.000 libras cada (cerca de US$ 2.900), foram apreendidos na casa de Camden, segundo informações da mídia inglesa.
A pena máxima na Grã-Bretanha para o cultivo de cannabis, que é considerada uma droga de classe B, são 14 anos de prisão.
O lançamento do mais recente filme de Harry Potter, "Harry Potter e o enigma do príncipe", está marcado para o dia 17 de julho.

8.4.09

Portugal, Espanha e França se juntam para o desenvolvimento de tecidos a base de cannabis

Do Exame Expresso

O CITEVE - Centro Tecnológico do Têxtil e Vestuário, de Famalicão, está a coordenar um projecto europeu que pretende criar têxteis técnicos inovadores produzidos à base de fibras naturais de cânhamo, disse hoje, à Lusa, fonte do organismo.
Paulo Cadeia, do Departamento de Inovação, adiantou que o projecto FIBNATEX - Produção e Valorização Técnica de Fibras Naturais para a Indústria Têxtil do Sudoeste Europeu, - que começa hoje - visa "criar têxteis técnicos mais amigos do ambiente do que os produzidos com fibras sintéticas, para serem colocados à disposição das empresas do sector do vestuário".
A iniciativa, que acaba de ser aprovada pelo programa comunitário SUDOE - INTERREG IV B, foi a única com liderança portuguesa a ser admitida pelo Comité de Programação do Programa de Cooperação Territorial do Espaço Sudoeste Europeu.
O investimento, de 840 mil euros, repartidos pelas instituições dos três países, com 75 por cento de financiamento europeu, envolve uma parceria com o Instituto Pedro Nunes - Associação para o Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia, o LEITAT - Technological Center (Espanha), o ASINTEC - Centro Tecnológico de Confección (Espanha), o GIH - Groupement des Industries de l'Habillement (França) e o ICAM - Institut Catholique d'Arts et Métiers Ecole d'Ingénieurs Département Matériaux (França).
Paulo Cadeia salientou que havia sido já tentada a produção de fio a partir do cânhamo, mas sem que se tenha conseguido que tivesse as características necessárias para entrar na fase da tecelagem.
A iniciativa - disse - conta também, na promoção e na divulgação dos resultados, com o apoio da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e com mais de 30 empresas, de Portugal, Espanha e França, no desenvolvimento da colecção de têxteis e no processo de transferência tecnológica.
Os fabricantes de matérias-primas, as indústrias de processamento de materiais laminados, os utilizadores da aeronáutica e do sector automóvel também beneficiarão dos desenvolvimentos.
O FIBNATEX vai permitir a optimização dos processos de produção de fios e tecidos à base de fibras de cânhamo com características inovadoras e de elevado nível técnico, e assegurará a continuidade de uma rede de centros de competências têxtil e vestuário na região SUDOE ao serviço das empresas deste sector.

7.4.09

Cidade japonesa planta maconha para enfrentar a crise




Com a economia japonesa registrando um recuo de 12,7% entre outubro e dezembro, faz sentido que alguns projetos alternativos possam virar tendência na hora de enfrentar a crise. Na cidade de Kitami, na província de Hokaido, um empresário acredita que a maconha possa promover o crescimento econômico.

Hidetaro Funayama, 58 anos, representa um grupo que usa uma área para plantar cânhamo, planta que é da família da Cannabis, mas que não tem o efeito alucinógeno da maconha. A ideia é processar e industrializar o cânhamo para fazer papel, porta-CDs, óleo de cozinha e materiais de construção.

A plantação ocupa um terreno mais afastado do centro da cidade, que tem apenas 126 mil habitantes.

Funayama começou sua plantação em 2006, depois de visitar a Alemanha, um país mais tolerante em relação ao uso do cânhamo para uso industrial em 2003. Há projetos alemães que escolheram o cânhamo exatamente como material sustentável para decoração e interior de carros de luxo.

Desde que Funayama começou seu projeto, agora há pés de Cannabis crescendo ao longo da estrada. Alguns pés chegam a ter quatro metros de altura.

A prefeitura de Hokaido reconheceu a região como “especial” para o crescimento de cânhamo para uso industrial em agosto do ano passado, quando a subprefeitura de Kitami enviou um pedido explicando a situação.

Um porta-voz da prefeitura de Hokaido admite que é difícil incentivar a plantação, quando o uso de maconha vem crescendo em todo o país.

Mas Funayama e seu grupo estão confiantes. “Eu quero desafiar a má impressão que a produção de cânhamo tem em alguns lugares e fazer com que as pessoas parem de pensar apenas nas drogas”, disse.

O governo japonês proíbe a importação de pés de Cannabis, a menos que sejam tratadas para que não possam desenvolver o componente alucinógeno.

A sub-prefeitura de Tochigi, no leste do Japão, já desenvolveu até uma espécie própria chamada ‘‘Tochigi shiro’’ que produz cânhamo para fazer os cordões dos robes usados pelos monges em rituais da religião Xintoísta.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar já indiciou que não haveria problema se Hokaido, uma região mais conhecida pelo turismo, também criasse sua própria espécie.

Para o grupo liderado por Funayama, o objetivo é plantar mil hectares, o que daria um faturamento anual de um bilhão de ienes, o equivalente a R$ 25,4 milhões.

A sub-prefeitura de Kitami está pesquisando agora a possbilidade de usar o cânhamo para purificar o nitrogênio do solo, já que as raízes se aprofundam na terra e a planta cresce muito rápido.

Com as autoridades do lado de Kitami, o único problema mesmo é evitar o roubo de plantas por cidadãos incautos que acreditam ser aquela Cannabis a “boa”.

6.4.09

Yiê!!!

Se ainda fosse vivo, Mestre Pastinha completaria hoje 120 anos.



Vicente Pastinha foi filmado, fotografado, entrevistado, gravou disco e deixou um livro. A capoeira nunca mais poderá esquecer este guardião da capoeira Angola. Foi lá no largo do Pelourinho que funcionava a sua academia, o Centro Esportivo de Capoeira Angola fundada em 1941.

Milhares de pessoas estiveram na academia, ficavam impressionadas com as cantorias, com o som dos berimbaus, pandeiros e agogôs e principalmente, com os jogos que lá rolavam.

Por fim, foi feita uma reforma no sobrado, disseram ao mestre que ele não tinha com o que se preocupar, após terminadas as obras, ele voltaria lá, seu lar, sua academia.

Nunca mais se ouviu a voz de Pastinha dentro do velho sobrado. O Mestre Pastinha não voltou, morreu na escuridão de um quarto decadente no bairro Pelourinho em Salvador.

"Leite de maconha" ganha consumidores na América do Norte


Da Folha



MAURÍCIO HORTA
colaboração para a Folha de S.Paulo


"O 'hemp milk' tem saído tão bem quanto o leite de soja, e pais me dizem que o sabor baunilha é perfeito para as crianças", diz Marcus Amies, gerente da loja de produtos naturais Jimbo's, num subúrbio de San Diego, Califórnia (EUA). O produto -um leite vegetal orgânico com leve sabor de nozes e rico em aminoácidos essenciais e ômega 3 e 6- teria tudo para atingir mercados mundiais de orgânicos, não fosse um detalhe: é feito a partir de Cannabis sativa L., a planta da maconha.


Após seis décadas de proibição no Canadá por seu uso recreativo, o cultivo comercial do cânhamo reiniciou-se em 1998.


Os EUA, que forçaram o vizinho à criminalização nos anos 1930, abocanham hoje 59% das exportações. Lá, o litro do leite de cânhamo custa US$ 4,99; a garrafa de 457 g de azeite, US$ 14,99; e barrinhas energéticas, US$ 2,29. No Brasil, os produtos não estão disponíveis.


Nutrientes


"Como sementes de outras plantas, a maconha tem constituintes nutritivos", diz o psicofarmacologista Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo. Segundo ele, não há risco de sentir "barato" ao ingerir esses produtos.


"Nas sementes não se encontra quase nada de THC [tetrahidrocanabinol, sua molécula psicoativa]", afirma.


A substância concentra-se na resina excretada pelas flores da planta fêmea, não usada nos alimentos. Ademais, o cânhamo industrial tem concentração de THC de 0,5%, contra mais de 5% da cepa usada para fins recreativos.


Seu óleo é rico em ácidos graxos essenciais -ômega 6 e ômega 3. Embora não sejam sintetizados pelo organismo, são necessários, por exemplo, para a transmissão de impulsos nervosos, síntese de hemoglobina e divisão celular.


"O que chama a atenção não é apenas a quantidade, mas sua proporção", diz a nutricionista Samara Crancio, do Conselho Regional dos Nutricionistas de ES, MG e RJ.


O óleo do cânhamo apresenta uma razão de três partes de ômega 6 para uma de ômega 3 -dentro da ideal, entre 2:1 e 3:1, proposto por pesquisas, diz Crancio. "O mais próximo disso é o óleo de canola, mas o do cânhamo é melhor. Já uma razão muito elevada favoreceria o desenvolvimento de doenças alérgicas, cardiovasculares e inflamatórias."


As proteínas da semente fazem dela uma boa opção vegetariana, segundo a nutricionista. "Poucos alimentos vegetais têm proteínas de alto valor biológico, e entre eles estão as sementes de soja e de cânhamo."


Enquanto a soja é indicada especialmente para mulheres que entram na menopausa ou que precisam fazer reposição hormonal, por conta das isoflavonas -fitoesterol que "imita" o hormônio feminino estrogênio-, o cânhamo é bom para pacientes com deficiência de ácidos graxos essenciais, crianças e atletas, diz Crancio.


Em 100 g de semente ainda estão presentes mais de 100% da recomendação diária de vitamina A e quase o suficiente de B1 e B2. Como sua produção não exige herbicidas nem fertilizantes, sua maior parte é certificada como orgânica, segundo o Departamento de Agricultura do Canadá.


Seria então o alimento perfeito? Ainda é cedo para dizê-lo. "Geralmente, alimentos têm componentes bons e ruins, e o importante é oferecer um que seja seguro. Ainda não encontrei estudos científicos que comprovem que essa semente seja livre de compostos antinutricionais", diz Jocelem Salgado, professora de Nutrição Humana da Esalq-USP e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais.


Produto de exportação


O negócio ainda é pequeno. Segundo a Aliança Comercial Canadense do Cânhamo, o mercado de qualquer nova variedade agrícola demora de 15 a 50 anos para se desenvolver. O cultivo legal do cânhamo mal alcançou uma década.


Ainda assim, as exportações vêm crescendo. Segundo o Departamento de Estatística canadense, o país exportou em 2007 US$ 2,1 milhões em sementes, comparados a US$ 1,3 milhão no ano anterior.


A americana Living Harvest produz o leite de cânhamo há dois anos e, nos próximos meses, lançará o sorvete Tempt. Como o cultivo é ilegal nos EUA, precisa importar toda a matéria-prima do Canadá. Já a Manitoba Harvest, que produz o leite Hemp Bliss, é canadense, mas exporta 65% de sua produção -60% para os EUA.


Mike Fata, presidente da empresa, quer espalhar o leite pelo globo. "Estamos nos mudando para uma fábrica muito maior. [Vamos] aumentar nossa capacidade, dar conta da demanda norte-americana e expandir nossos mercados. Já entramos em contato com empresas no Brasil e vamos lançar produtos aí quando for a hora."


Não será fácil. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe sua importação, seja como matéria-prima, seja como produto semielaborado ou seja como produto acabado, embora a semente já entre no Brasil em rações para aves da família dos psitacídeos (como papagaios).


Jocelem Salgado, que alimenta seus pássaros com esse tipo de ração, crê que as prateleiras brasileiras não receberão cedo os alimentos de cânhamo. "Nossa legislação é mais séria. É necessário muita pesquisa."

4.4.09

Carlos Santana solta o grito: LEGALIZE!!!


O mexicano Carlos Santana, das antigas, pede ao Barack Obama o que a gente pede pro Lula: Legalize a maconha!

Do iG

O músico Carlos Santana veio a público pedir ao presidente Barack Obama que legalizasse a maconha nos Estados Unidos.

Segundo o músico, essa mudança pode ajudar a crise que vive a economia do país atualmente. "Legalizar a maconha, pegar o dinheiro que isso renderá e investir em professores e educação. Dessa forma você verá a América se transformar", afirmou ele em Las Vegas.

"O momento de legalizar a maconha está prestes a expirar, como aconteceu na época da proibição do álcool e coisas desse tipo."

Santana aproveitou o momento para alfinetar o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger: "Eu acho que o quanto antes legalizarmos a maconha, podemos exigir um governador bom que não continue tirando o dinheiro da educação e dos professores. Assim podemos mandá-lo de volta a Hollywood, onde ele pode continuar fazendo filmes D", concluiu.

Polícia encontra pé de maconha com 3 metros em Lauro de Freitas

3 metros, parceiro?!?!?!?? Já devia ter colhido, porra!

Do Correio da Bahia

Agentes da 23ª Delegacia de Polícia (Lauro de Freitas) localizaram nesta sexta-feira (03) um pé de maconha com três metros de altura plantado no quintal de uma residência localizada na rua Maria de Lourdes no bairro Jardim Ipitanga. O dono do imóvel, André Luiz Nascimento Oliveira, 20 anos, que já tinha passagem pela polícia por furto, foi preso.

Na casa, a policia também apreendeu cerca de 150 gramas de maconha prontos para o consumo. Ele foi autuado em flagrante por tráfico de drogas pela delegada Aimara Bandeira, titular da 23ª DP.

No Rio, PM apreende 2 pés de maconha

O cara cultiva pra consumir, mas a neurose policial e tembém da lei é tanta que prefere autuar o camarada e incomodá-lo, desestimulando a fazer o cultivo doméstico para comprar na mão dos traficantes que pagam o gordo extra da PM...
É um ciclo vicioso que só acaba com a legalização da maconha. Drogas são artigos muito perigosos para ficar na mão de bandidos!

Leia

3.4.09

Chapação televisiva - Alguns Clássicos anitgos e modernos da Maconha no cinema e TV

Weeds (seriado), 2005. Essa aí é Mary-Louise Parker , que é uma pacata dona-de-casa que mantém um negócio suspeito nos fundos da casa. Comédiazinha mais ou menos que o GNT apresenta nas noites de segunda.

EasyRider (Sem Destino), 1969. Clássico do Peter Fonda. Pra mim esse filme é a representação cinematográfica do fim do sonho dos hippies, da paz e do amor. Veio num época já de desilusão, eu acho que até a Janis e o Hendrix já tinham morrido. Os Beatles já tinham acabado... Mas a contracultura continua!


Pra lá de Bagdá (Half Baked), 1998 - Besteirol total e maconha à vera na película.


Cheech e Chong - Up in Smoke (Queimando Tudo), 1978. esse é o clássico dos clássicos. Essa cena então... Na hora em que esse baseadinho de leve aí acaba o bigode dá uma das palas mais engraçadas que já se viu.



Reefer Madness, 1936 - Esse é psicose total. Não vi o filme todo, mas no documentário Grass, sobre a proibição da maconha nos EUA, aparecem várias cenas malucas...



Senado acaba com prisão especial para políticos

Tem que acabar com todos os direitos especiais dos políticos, como auxílios, benefícios, imunidade parlamentar... Política é sacerdócio e se o cara entra nessa ele tem de ter em mente que trabalhará para o enriquecimento do país, e não dele mesmo.

Do gabeira



O plenário do Senado aprovou na noite desta quarta-feira, em votação simbólica, o projeto de lei que acaba com a prisão especial para quem tem diploma de ensino superior. O texto também acabou com esse benefício para deputados, senadores, ministros, governadores e prefeitos. A proposta segue agora para apreciação da Câmara.Apenas o presidente da República, juízes e procuradores da União continuarão tendo direito ao regime especial de prisão. - Não tem como acabar com o benefício para o presidente da República, mas vamos apresentar projetos para acabar com a prisão especial para juízes e procuradores. Nestes casos, será necessário projeto de lei complementar ou proposta de emenda constitucional - disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da CCJ. No último dia 13 de março, ao aprovar esse projeto, de autoria do Poder Executivo, a CCJ já havia retirado da lista dos que podiam ter direito à prisão especial pessoas com curso superior, padres, pastores, bispos evangélicos e pais de santo, além de cidadãos com títulos recebidos por prestação de relevantes serviços ao país. Também foi aprovado no Senado, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o monitoramento eletrônico, como uso de pulseira ou tornozeleira, para os condenados que usufruam dos regimes aberto, semiaberto, com saídas temporárias - para trabalhar ou estudar, por exemplo - ou prisão domiciliar. Beneficiários de liberdade condicional também serão monitorados. A proposta será votada no plenário e, se aprovada, segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso a proposta vire lei, caberá ao Ministério da Justiça definir o equipamento a ser utilizado, se a pulseira ou tornozeleira. Entidades que atuam a favor dos são contra a fiscalização eletrônica.

2.4.09

Polícia acha maconha em casa de nigeriano de 114 anos

Deixa o coroa em Paz!
É muito bagulho...

do G1

A agência antidrogas da Nigéria apreendeu 6,5 toneladas de maconha na casa de um homem que alega ter 114 anos de idade. Foram encontrados 254 sacos da droga na residência de Pa Sulaiman Adebayo no estado de Ogun.

"A quantidade da droga sugere um envolvimento em grande escala. Há mais envolvidos no caso do que Sulaiman", afirmou o chefe da agência antidrogas, Ahmadu Giade, destacando que não foi possível confirmar a idade do homem.


Adebayo, que trabalhou na agricultura durante toda sua vida, disse aos agentes que achava que os sacos continham arroz.

A maconha é cultivada ilegalmente em grande escala em fazendas e em muitas partes da Nigéria, sendo distribuída depois através de sua fronteira.

Componente da maconha atua contra tumores cerebrais


Na brisa da ciência uns malucos da Espanha que injetam THC nuns ratos acabaram por perceber que células cancerígenas cerebrais que eles mesmos colocaram nos bichos se auto-destroem. A larica no tumor é tanta que ele se come.
Viaja aê:

O tetrahidrocanabinol (THC), principal componente ativo da maconha, pode ter um efeito sobre a redução e, inclusive, a destruição de células cancerígenas dos tumores, principalmente do cérebro, nos ratos e também no homem, segundo estudo da universidade Complutense de Madri publicado nesta quinta-feira, no Journal of Clinical Investigation.

De acordo com o relato, cientistas injetaram uma dose diária de THC em ratos, antes infectados com tumores cancerígenos humanos desenvolvidos até o tamanho de 250 mm3. O THC, introduzido perto do tumor, desencadeou um processo de autofagia de células cancerígenas, que se autodestruíam depositando-se em vesículas de dupla membrana antes de serem repassadas aos lisossomos, que contêm diversos tipos de enzimas e se encarregam, normalmente, de digerir e destruir dejetos e bactérias.

"A administração do THC reduziu em mais de 80% o crescimento de tumores derivados de diferentes tipos de células" cancerígenas, escreveram os pesquisadores do departamento de bioquímica da Universidade de Madri.

As células cancerígenas introduzidas nos ratos incluíam gliomas, o tipo mais frequente de câncer do cérebro, assim como células de câncer do pâncreas e de mama.

Um teste clínico realizado em dois pacientes com câncer no cérebro, normalmente muito agressivo, com injeção intracraniana de THC de 26 a 30 dias, mostrou "um processo de morte de células por autofagia", depois de uma análise das biópsias realizadas antes e após o tratamento.

Fonte: AFP

As máfias da droga ganharam a guerra. E agora, o que faremos?

Fonte: El Pais

As máfias da droga se regeneram como a hidra da mitologia grega. Quando a luta policial bloqueia uma rota, ressurgem por um novo caminho; quando os campos de folha de coca ou de ópio são fumigados, deslocam as plantações para outro lugar. Apesar de a caça mundial ao narcotráfico ter dado poucos frutos - os contrabandistas são cada vez mais poderosos, as mais baratas e abundantes -, a maioria dos países resiste a experimentar alternativas além de uma perseguição esquizofrênica, cara e contraproducente. Há métodos mais eficazes para ganhar a guerra das drogas?
A questão ganhou força nos últimos meses. Era preciso avaliar a estratégia traçada em 1998 pela ONU para um período de dez anos, e os especialistas proclamaram a derrota na batalha contra os narcos e pediram o abandono de uma estratégia repressiva que utopicamente definiu como objetivo "um mundo livre das drogas".
Para alcançar essa meta, alguns governos apostaram em erradicar a origem do mal. Mas as campanhas para eliminar com herbicida as colheitas de coca sul-americanas foram um desperdício de dinheiro, principalmente dos EUA: só conseguiram transferir as plantações para lugares mais escondidos e inacessíveis, e a produção mundial não diminuiu.Também não funcionou bloquear as narco-rotas. Embora a ONU estime que atualmente se apreendem cerca de 42% da produção mundial de cocaína e 23% da de heroína, os especialistas em antinarcóticos questionam a confiabilidade desses números e argumentam que a quantidade de droga que se vende nas ruas europeias ou americanas é cada vez maior, como prova a queda dos preços de venda, de 10% a 30% na última década.
Quanto mais as forças da ordem dificultaram a vida dos cartéis, mais engenho e recursos estes investiram. Um dos últimos exemplos da inesgotável capacidade do crime organizado para burlar as forças da lei são os narco-submarinos. São construídos em estaleiros clandestinos na selva colombiana e têm capacidade para transportar dez toneladas de cocaína, à flor da água, rumo ao lucrativo mercado americano.
A Guarda Costeira dos EUA, que já implementou um investimento milionário em sensores aquáticos, interceptou em 2008 uma média de dez semi-submersíveis por mês, embora estime que quatro em cada cinco chegam ao seu destino sem ser avistados. Os chefões da cocaína da Galícia (Espanha) usaram um narco-submarino pelo menos uma vez, em 2006, quando a Guarda Civil encontrou um abandonado na ria de Vigo.
Esta P&D do tráfico de cresce alimentada pela suculenta recompensa que representa cada operação realizada com sucesso. Se fosse um país, a narcoindústria seria a 21ª mundial, segundo a ONU, com um PIB anual de ? 243 bilhões, logo atrás da Suécia, com ? 272 bilhões. No Terceiro Mundo, os narcos são os empresários mais poderosos. Como na África Ocidental, onde países como Guiné-Bissau têm no comércio de mangas com a Índia sua principal fonte de renda legal. Com esses incentivos, não é estranho que, apesar das batidas policiais, sempre haja alguém disposto a arriscar passar a vida entre as grades para entrar no negócio.
"Os contrabandistas pagam aos agricultores US$ 300 pela folha de coca necessária para produzir um quilo de cocaína, que nas ruas americanas, vendida em doses de 1 grama a US$ 70 lhes dará US$ 100 mil", explica Peter Reuter, professor da Universidade de Maryland e um dos mais reputados especialistas em políticas antidrogas, que não acredita que destinar mais recursos à repressão possa reduzir significativamente o volume de droga disponível nos mercados consumidores, EUA e Europa. "Seria mais eficaz diminuir a forte demanda de nos países consumidores do que continuar insistindo em um controle inviável da oferta", opina Reuter.
"É imperativo retificar a estratégia de guerra às aplicadas nos últimos 30 anos", critica um relatório publicado em fevereiro pela Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, com três ex-presidentes entre seus membros: Ernesto Zedillo (México), Fernando Henrique Cardoso (Brasil) e César Gaviria (Colômbia). "As políticas proibicionistas (...) não produziram os resultados esperados. Estamos mais longe que nunca do objetivo declarado de erradicação das drogas."
O relatório acusa os EUA e a Europa de não fazer o suficiente para prevenir ou curar o apetite por de seus cidadãos, que estimula a produção e o tráfico do resto do mundo. Apesar dos volumosos recursos investidos em políticas antidrogas (US$ 40 bilhões ao ano nos EUA e ? 34 bilhões na UE), só um em cada ? 4 é destinado à prevenção do consumo, enquanto o restante é investido em repressão ao crime.
Não é por acaso que as queixas provêm da região que é o principal campo de batalha na guerra contra os cartéis: no México, o desafio criminoso ao governo deixou mais de 7 mil mortos desde janeiro de 2008 (superando os 6.628 registrados na Palestina e Israel entre 2000 e 2008 pela ONG B'Tselem), e a sangria se estende por países vizinhos, como Guatemala e Honduras. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reconheceu que por não ter contido o doméstico de seu país é co-responsável pelo drama ao sul da fronteira.
Apostar em alternativas não significa que seja preciso baixar a guarda diante dos narcos, adverte Antonio María Costa, diretor-executivo do Agência da ONU contra as Drogas e o Crime (Unodc na sigla em inglês), um órgão que assiste e coordena os governos. Costa critica que haja lobbies pró-drogas que defendem a legalização como solução. "Não há necessidade de sacrificar a proteção da do cidadão para reduzir o crime. Ambos os objetivos são compatíveis", afirma.
Durante muito tempo, qualquer dissidência do discurso clássico proibicionista levantou suspeitas. Agora que os cartéis causam mais estragos que nunca, na América Central, África Ocidental ou Afeganistão, muitos se perguntam qual o sentido de os países terem deixado as máfias enriquecerem com o monopólio da droga, e propõem um regime de legalização controlado que lhes tiraria a participação de mercado.
"Eu não estranharia que em cinco ou dez anos surja com força na Europa o debate para legalizar a venda de maconha", afirma Ethan Nadelmann, diretor-executivo da Aliança pela Política de Drogas, uma organização que promove a legalização da venda controlada de nos EUA. Em seu país, o principal porta-bandeira da guerra contra as drogas, ainda são presos os consumidores, mas o governo Obama acaba de romper o tabu reinante durante décadas sobre alternativas contra as com o anúncio de que apoiará com verbas federais os programas de distribuição de seringas para viciados.
"O debate para abandonar o proibicionismo nunca esteve tão quente nos EUA em 30 anos", afirma Nadelmann. "Obama é mais inclinado a mudar o rumo, e isso vai afetar o resto do mundo porque reduzirá as pressões na Europa para avançar para políticas mais progressistas", ele argumenta.
Partidários ou não da legalização, a que move os críticos do proibicionismo é que a sociedade deve se acostumar a conviver com as e a reduzir os efeitos mais nocivos destas. "O ideal que continua movendo muitos governos é a erradicação total das drogas", constata Iván Briscoe, especialista da Fundação para Relações Internacionais e o Diálogo (Fride) em narcotráfico. "No entanto, não há uma realista que se proponha a reduzir outros crimes, que não levam aparelhada uma carga de moralidade tão extrema, como o furto ou o roubo de propriedades."
Reuter acredita que, em última instância, a influência que o Estado pode exercer sobre a quantidade de droga que se consome é limitada porque são valores culturais e sociais que entram em jogo. "Há países com um muito baixo apesar de nunca terem criado uma pública antidrogas."
Os paladinos da batalha sem quartel contra os traficantes reconhecem sua derrota, mas a atribuem à escassa coordenação policial e à pouca vontade dos governos para acabar com a lavagem de dinheiro. O esforço até agora foi uma colcha de retalhos de ações nacionais, e a cooperação não foi além do intercâmbio de informação e assistência técnica.
Haveria necessidade de uma força policial mundial? "Não é necessário pôr os policiais sob um mesmo comando", contesta Amado Philip de Andrés, encarregado de desenvolvimento de programas da Unodc na América Latina. "O que nos preocupa é a pouca cooperação que houve até agora." Markus Schultze-Kraft, diretor na América Latina do International Crisis Group, uma influente organização que assessora os governos em segurança, acredita que uma polícia internacional do narcotráfico é algo idealista.
"Ainda é difícil fazer-se entender os policiais de dois países que não compartilham o idioma, como Alemanha ou Espanha, quando trabalham em um corpo de intercâmbio de informação como o Europol." Schultze-Kraft destaca o avanço que representa o Centro de Análise e Operações contra o Narcotráfico por Via Marítima (MAOC-N na sigla em inglês), em operação desde 2007. Com sede em Lisboa, pretende vigiar a costa entre a África do Sul e a Noruega, como faz desde 1989 do outro lado do Atlântico a americana Força-Tarefa Conjunta Interagências Sul (JIATF na sigla em inglês).
A Espanha, ponto quente em muitas das narco-rotas, é um dos países que mais gastam em luta policial contra a droga. Tenta proteger sua extensa fronteira costeira com uma sofisticada e dispendiosa mobilização de câmeras e sensores, o Sistema Integrado de Vigilância Exterior (SIVE), que já cobre Andaluzia, Múrcia e as ilhas Canárias, mas não espantou os narcotraficantes.
Sabem disso em Cádiz, província pioneira na instalação do SIVE, que apesar dos sucessos policiais - 25% das apreensões de droga da Espanha em 2008 - registra um tráfico cada vez mais intenso, como advertiu em diversas ocasiões a promotora antidrogas de Cádiz, Ángeles Ayuso.
"Quando desarticulam uma organização, no dia seguinte há outros dispostos a ocupar seu lugar", critica Francisco Mena, presidente há 20 anos da Coordenadoria de Associações Antidrogas da província e conhecedor dos impulsos que levam tantos para as redes criminosas: "Um adolescente que vigia na praia a presença de guardas civis ganha cerca de ? 1.500, o que vende ganha entre ? 3 mil e ? 4 mil e o que a leva em seu carro, cerca de ? 6 mil".
Apesar de tudo, e embora Cádiz seja uma das províncias andaluzas com maior consumo, Mena reconhece que a situação de segurança hoje é melhor que antes da implantação do SIVE. O Plano Nacional sobre Drogas deu ênfase crescente à prevenção e ao tratamento dos narcodependentes. Em 2004 o plano deixou de estar sob a órbita do Ministério do Interior para ser coordenado pela Saúde, marcando a passagem de um enfoque de ordem pública para a proteção da saúde.
"É preciso aprofundar na prevenção, mas o problema das apresenta muitas faces e precisa de atuações em uma de âmbitos", afirma a delegada do Plano Nacional de Drogas, Carmen Moya: "É verdade que as medidas repressivas exclusivamente não resolvem o problema, mas não podemos reduzir os meios policiais". Se em 2003 havia 3.491 policiais e guardas civis combatendo o crime organizado, hoje são 10.653 os agentes dedicados a esse trabalho.
Em 2009 está prevista a ampliação do SIVE para leste, para conter a entrada de pelo delta do Ebro, mas os narcos inauguraram uma nova via de acesso muito mais permeável, pela estrada dos Bálcãs, intensificaram a rota africana da cocaína e continuam colocando droga em botes de borracha, avionetas, contêineres de mercadorias ou nos intestinos de "mulas" em voos comerciais. A criatividade e a sofisticação dos traficantes parece não ter fim. A Polícia Nacional de Barcelona interceptou em 20 de março um pacote procedente da Venezuela que continha um aparelho de 42 peças - copos, pratos e vasilhas - fabricado com cocaína.